Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



quarta-feira, 21 de julho de 2010

Meu Pó de Arroz

Filhote, a essa altura você já deve estar mais do que enturmado com seu time e a torcida tricolor, mas é importante mamãe deixar registrado aqui que você é fluminense desde criancinha. E não havia mesmo outra hipótese.

Quem te deu seu primeiro macacãozinho que hoje não cabe nem no seu braço foi seu avô Pedro, pai da mamãe e o maior responsável pela escolha do time da família. Desde que me entendo por gente, lembro do vovô berrando, gritando, sofrendo e torcendo pelo verde, vermelho e branco. Aliás, a primeira vez que a mamãe viu o vovô chorar foi numa final de um campeonato longínquo em que o flu perdeu. Vovô levantou do sofá, foi pra varanda e começou a chorar baixinho, encolhido num canto. Fiquei tão assustada, filho. Queria que ele parasse, perguntava se ele tava dodói. E ele respondeu que, sim, tava doendo muito. Dali em diante, mesmo sem entender muita coisa, passei a compartilhar da mesma doença. E é assim até hoje.

Talvez por não ter tido filho homem, seu vovô acabou exagerando no culto ao futebol comigo e com a sua dinda. E o que dizer? Funcionou. Ficamos fanáticas que nem ele.

Ao longo dos anos, conforme mamãe foi crescendo, era muito engraçado perceber como eu sabia e gostava mais de futebol do que as meninas da minha idade. E quanto mais velha eu ficava, mais orgulho disso eu tinha. Até porque sempre foi uma porta de entrada para a rodinha dos meninos. Não é à toa que a maior parte dos moçoilos que passaram pela vida da mamãe seja fluzão. Incluindo seu pai, mesmo valendo meio. É, papai diz que é Fluminense, mas vê os jogos, quando vê, lendo jornal. E isso deixa seu avô louco da vida. Não sei mesmo como ele sobreviveu à época do namoro sem ser banido do nosso clã tricolor.

Pois é filhote, quem vai te levar ao Maracanã é a mamãe e o seu dindo, o tio Renato, esse sim um digno torcedor que deixaria seu avô babando de orgulho. Acho que se a mamãe tivesse casado com alguém assim, o vovô faria tudo o que eu quisesse para sempre.

Mas quis o destino que eu escolhesse e fosse escolhida pelo nosso amado torcedor de araque, que hoje em dia é tido como uma espécie de figura engraçada para nós os verdadeiros tricolores da família.

Não sei como estaremos quando você for ler isso, mas quando você nasceu o Flu escapou de ir para a 2ª divisão do Campeonato Brasileiro. No dia em que você nasceu, aliás, ganhamos um jogo decisivo. E confesso que mamãe respirou aliviada, pois estava tensa por ter colocado na porta do quarto do hospital um enfeitezinho dando as boas vindas a mais um tricolor que veio ao mundo. Deu sorte. Você deu sorte. Está dando sorte. Atualmente estamos em 2º lugar no mesmo Brasileiro do qual quase caímos ano passado. Está vendo? O mundo dá mesmo muitas voltas. E hoje você e o Flusão estão em franca recuperação. E a mamãe não poderia estar mais feliz com o progresso dessas duas grandes paixões.

love U. mamãe.

3 comentários:

  1. Por mim vc era Benfica!
    Bjo,
    Papai

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  2. Antonio,
    Quando voce for ler esse blog o Flu já terá sido campeao brasileiro umas 5 vezes, da libertadores umas 3 e mundial umas 2.
    Bjo do padrinho

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  3. Pacotinho! acabamos de assumir a liderança! Vamo que vamo.
    beijo da mamãe

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