Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Louro José

Filhote, você tá diferente. Mamãe não sabe explicar direito, mas é como se você tivesse subido um degrauzinho a mais aí na escada do entendimento entre nós e o mundo.

Já comentei aqui o quanto você sempre foi esperto, ligado. Desde muito pequenininho, seu olhar é muito atento e você perde minutos a fio prestando atenção na gente, nas coisas, na televisão... Mas é como se até bem pouco tempo, você olhasse, olhasse, olhasse e guardasse aquilo pra você, sem grandes significados. Um período de armazenamento, digamos assim.

Mas, de uns tempos pra cá, algo mudou. Não sei dizer como, nem por quê eu percebo, mas agora é como se você olhasse e já começasse a processar aquilo. O auge desse entendimento é quando você, depois de se ligar em alguma coisa, olha pra gente e abre um sorrisão, como quem diz: 'Ah! Então é isso! Entendi'. A última vez que vivemos um momento assim foi ontem, quando você percebeu o abrir e fechar da torneira, relacionado com o cair da água na pia. Você ficou tão feliz, uma graça. E mamãe, claro, soltando fogos por dentro.

Enfim, eu acho que isso é uma das coisas mais bacanas de se estar ao lado do filho 24 horas por dia, durante esse período de crescimento. A gente nota, a gente vê as coisas acontecendo nos mínimos detalhes... É uma delícia, Antonio Pedro.

Mas eu queria chegar no seguinte: junto com esse amadurecimento, vieram um festival de novos sons. Você tá 'falando' pelos cotovelos, pacotinho. Um papagaio. Abaixo, está uma palhinha da sua tagarelisse. Você tá bem mais falante que isso, mas foi o que deu pra registrar.

Beijo, meu louro!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Slow Down

De novo. Filho, mamãe disse que tinha aprendido, mas caiu no mesmo erro mais uma vez. Meteu os pés pelas mãos e quis fazer tudo ao mesmo tempo agora. Tadinho de você... Não tem nem um mês sem crises e eu já te enfiei na natação e na pré-escolinha três vezes na semana cada uma...

Mas deixa eu me explicar.

Seguinte, perereco, eu e papai sempre soubemos que, apesar de aparentemente o seu cognitivo não ter sido afetado e de você sempre ter se mostrado bastante esperto, ele poderia acabar ficando um pouco pra trás também. Não por causa de alguma lesão, mas pela falta de experimentação normal que uma criança passa. É que os sistemas motor e cognitivo 'andam' juntos. Você precisa experimentar para aprender. E sem conseguir experimentar na hora e da maneira corretas, a coisa pode acabar dando uma desandada. Não que isso não possa entrar no eixo mais pra frente, mas até lá, o cognitivo acabaria meio prejudicado.

Pois bem. O que podemos fazer por você? A resposta parece simples: estimulação. Mas não é tanto quando existem tantas outras variáveis envolvidas. Só pra citar a principal delas, o cansaço. Estímulo gera gasto de energia, gera esforço físico, gera logística de deslocamento... Enfim, com o aumento de propostas e atividades na sua vida, as consequências também aparecem. No ato. Meu maior medo é te exigir demais e causar coisas como a volta das crises, perda de peso, estresse emocional.

Por isso... a máxima do equilíbrio continua valendo para nós, Antonio Pedro. Mamãe precisa colocar tudo na balança e quebrar a cabeça para achar um cálculo preciso e satisfatório pra você e, muito importante, pra mim também. Sim, porque já sabemos que com a mamãe ansiosa e estressada, nada funciona direito. Aquela história de que eu preciso estar bem pra você é a mais pura verdade. Vivo ouvindo isso e confesso que já tiveram vezes em que quis voar no pescoço da pessoa. Pensava: 'como se eu não soubesse disso... como se isso fosse fácil de controlar... queria ver se fosse com você...' Mas nos meus momentos de clareza, sei que 'eles' têm razão. E sei também que falam para o meu bem, para me alertar, para nos ajudar.

Mas... de tempos em tempos, eu me enbanano e perco a mão na nossa matemática. Na ânsia de querer fazer a coisa certa, acabo tomando decisões erradas.

Como a de te colocar três vezes por semana na pré-escolinha, praticamente ao mesmo tempo em que iniciamos a natação. Você não está dando conta. Notei já na semana passada, mas quis observar mais nesta semana para ter certeza. E o fato é que hoje é quarta e você já está exaurido.

É cedo ainda para eu exigir tanto de você, meu amor... E olha que você já me dá tanto, já mostra tanto potencial, já dá tanta resposta... O mamãe insaciável... Não é, Antônio Pedro. Aliás, é justamente por você ser sempre tão interessado, tão ávido por experiências e conhecimento que eu acabo puxando demais sem querer.

Mas o problema é que tudo para você é um esforço. Justamente por você ser tão esforçado. E aí, pitoquinho, você acaba se cansando querendo fazer tudo o que ainda não consegue. Junto a isso, até coisas como comer e beber líquido da mamadeira são verdadeiras ginásticas pra você. Pois sabemos que a questão motora também pega na boca.

Outra coisa complicada é fazer funcionarem os horários de comer e de dormir junto com a hora certa de sair para as atividades. Tem o deslocamento, trânsito... E o que acontece é que nem sempre sai tudo como planejado e aí é uma enrolação só. E você precisa comer e descansar direito. Não podemos abrir mão disso agora de jeito nenhum! Fora que eu fico totalmente estressada tentando encaixar tudo certinho. E mamãe estressada... não serve!

É isso, pacote. Fomos com muita sede ao pote. Mas já me reorganizei aqui e decidi voltar a minha ideia inicial que era mesmo ficar só na aulinha de música, uma vez por semana. Por hora, é o que vai dar. Além, claro, das 'tias antingas' e da natação duas vezes por semana, que acaba não sendo tão cansativo porque a água te favorece e você ama de paixão.

Não que, mais pra frente, a gente não possa tentar mais coisas de novo, meu amor. É só que a mamãe sente que você precisa de tempo não só físico, mas emocional também pra absorver e se reorganizar a cada vez que insiro novas atividades, sabe? Temos que ir com uma certa calma. No seu tempo.

Pra finalizar, uma coisa muito importante. Seu pai, quando conversei com ele sobre isso tudo, na hora me perguntou se eu não estava 'desistindo' pela tal frustração que contei aqui de ver como você não acompanhava as outras crianças e pelos olhares das outras mães. Filho, não. Juro que não. Como falei, senti isso sim, mas porque sou humana. Mas nunca, nunquinha, eu iria tomar uma decisão dessas se achasse que não era o melhor pra você. Eu nem sei mais quem eu sou direito sem você, Antonio Pedro. O que eu sinto quase não importa, diante do fato de fazer algo pelo seu bem, pelo seu progresso.

Estamos combinados? Beijo da mamãe, seu cara de sapeca.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

À Espera de um Milagre

Um não. Outro. E é disso que quero falar hoje. Apesar do título parecer 'de novo' uma coisa meio down, é exatamente o contrário.

Tô pensando aqui em como desenvolver o assunto sem ser piegas. Se bem que, tenha um pouquinho de dó, né pacotinho, mamãe ainda está um pouco sensibilizada. Fases...

Bom, enquanto decido como escrever, quero agradacer do fundo do coração (mesmo) a todo mundo que se manifestou após meus 'posts' desabafo. Já falei aqui que queria que os comentários todos viessem com um endereço de e-mail válido para que eu pudesse responder um a um. Vocês não imaginam como todo esse apoio é importante. Chorei, me emocionei, fiquei muito feliz com tanta gente que se preocupa, que se importa com a gente, filho. Bendita a hora em que a mamãe resolveu fazer um blog para poder dividir e botar pra fora. Claro que eu sabia que assim estaria nos expondo, mas não imaginei como o que viria com essa exposição nos faria bem. Tenho certeza de que o fato de estar melhor e mais forte hoje também está relacionado com esse pessoal todo que fez questão de parar e escrever pra gente. Então, mais uma vez, obrigada. De verdade.

Agora, vamos lá: milagres. Ultimamente, quando penso ou falo em milagres, lembro de você, Lorena. Me marcou muito aquela vez em que conversamos no aniversário da Paula e você me disse sem nenhuma dúvida que acreditava neles. Outras vezes também, já comentou aqui falando dessa sua crença certa. Outra pessoa que me vêm à cabeça quando o tema é milagre é a minha querida avó. Aquela que eu já mostrei aqui algumas vezes e chamo de pacotão. A bisa, filhote. Oh mulher de fé... Nunca a vi perder as esperanças, nunca a vi desacreditada. Incrível. Não é à toa, que o caso dela mesma acaba de se revelar um forte candidato a milagre. Lembra que eu falei aqui, Antônio Pedro, que a bisa tava com muita dificuldade de andar, que a vovó também tava de babá dela e tal... Então, descobriu-se enfim um tumor benigno na coluna dela que já foi operado e a danada já está serelepe dando passos confiantes por aí. É ou não é de cair o queixo uma mulher de 83 anos sair tinindo de nova de uma cirurgia complicadíssima e de um período de meses a fio sem se levantar sem ajuda? Milagre...

Pois bem, que você está sem crise, todo mundo já sabe, mas como foi o dia em que isso aconteceu, mamãe ainda não havia dito. Não quis dar muitos detalhes antes porque ainda era muito cedo(continua, na verdade...) mas decidi que vale à pena contar. Porque mesmo que as crises voltem, nunca ficamos tanto tempo sem elas, aliás, nunca havíamos ficado sem elas, desde que elas começaram. Então, já vale pelo potencial de mantê-las controladas.

Foi na sexta-feira, dia 04 de fevereiro. Lembro exatamente o dia porque tínhamos consulta marcada com a sua neuro, a tia Laís. Você estava no meio daquele turbilhão de febre, virose, reação ao Topiramato... Chegamos ao consultório com você com uma febre considerável, beirando os 38º, e fazendo uma crise atrás da outra. A tia Laís, diante da desconfiança de que a febre fosse uma reação ao remédio, chegou até a estipular um plano A, um B e um C para irmos diminuindo o Topiramato e introduzindo outros novos medicamentos. Papai e mamãe estavam bem preocupados e bastante apreensivos diante da necessidade de começar mais uma vez uma nova fase de adaptação a medicações novas. E aí... Juro, pacote, foi botar o pé na rua, já na calçada do consultório pra você parar de tê-las. Pra não dizer parar totalmente, aconteceram tipo uma ou duas ao longo do resto do dia, bem fraquinhas, mais uma assim também no dia seguinte e, depois, oh: sumiram. E não voltaram até hoje.

Explicações? Não há. Nem eu, nem seu pai, nem tio Jofre e nem a própria tia Laís - que só riu e foi a 1ª a dizer: 'graças a Deus' - conseguem dar um parecer lógico sobre a parada repentina e mais do que bem-vinda das mal fadadas crises convulsivas. E olha que a sua febre ainda permaneceu uns dois dias. E depois ainda vieram diarréia e vômitos. Ou seja, você estava mais do que sensibilizado e... nada. Elas não se manifestaram.

Milagre? Eu acredito. Ainda que milagre pra mim possa ser traduzido também como um monte de energia boa junta, vindo de tudo quanto é lugar. Uma mega corrente que se formou em volta de nós e está fazendo efeito. Para ir mais além, literalmente, acredito também que essa energia venha de outros planos. Por que não? Não disse aqui, mas fizemos também há pouco tempo uma segunda cirurgia espiritual e... mal não fez.

É isso, filho! Acho que fez-se o BEM em torno de nós. Tem se feito o bem em torno de nós. Um bem que se materializa cada vez mais devido à fé da bisa, à força de vontade da mamãe, à ajuda da vovó, ao amor que o seu papai tem por você, à dedicação da nossa equipe nota 1.000, aos comentários tão bem intensionados de todos que nos seguem... Estamos cercados pelo bem, meu amor. Quer força maior do que essa? Juro que quando penso na quantidade de gente que tem nos apoiado, me vêm à mente aquela imagem de um mar de pessoas juntas, segurando velas, pensando na mesma coisa: a sua recuperação. E, para mim, é essa a fé que move montanhas. Uma coisa tão milagrosa, quanto física. Religião e ciência caminhando lado a lado.

E, bom, chegando onde eu queria chegar: se aconteceu uma vez, por que não esperar por outro milagre tão poderoso quanto esse, do sumiço das suas crises?

Sonho com o dia em que seu tronco ficará durinho, pacote. É uma coisa que sempre achei que fosse ir acontecendo muito gradativamente. Como tem sido, inclusive. Mas... agora já considero a possibilidade de a coisa acontecer como num click. Uma ligação aí no seu cérebro que pode ser feita a qualquer momento. Está só à espera de um milagre...


Força na peruca, perereco. Olha como você se esforça! Para se manter um pouquinho em pé nesse tronco mamulengo, você puxa os cotovelos e os bracinhos pra cima e faz uma força danada... Um herói. Meu herói.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ainda sobre... Adaptação

Filho, mamãe não gosta de escrever coisas muito pra baixo aqui no seu blog. Ainda mais seguidas. Mas tem uma coisa que você vai aprender sobre mim com o tempo. Sou muito sincera. Sempre. E às vezes isso não é assim tão bacana...

E a verdade é que eu não me sentiria bem não escrevendo aqui o que eu estou sentindo realmente. Sei lá, seria como estar traindo um pouco quem nos acompanha. Principalmente, quem se identifica conosco, que, muito provavelmente, deve passar por situações e sentimentos semelhantes.

Mas também não é preciso tanto drama. Bom, continuando o fio da meada do último post, tenho pensado e passado por muita coisa que cai naquela palavrinha-chave que o papai falou: adaptação.

Sabe, Antonio Pedro, a vida fora de casa, dos nossos amigos e da nossa família, tem sido mais difícil à medida que você está crescendo. Eu já sabia que seria assim. Já tinha até conversado sobre isso com algumas pessoas. E, juro, venho tentando me preparar para isso há tempos. Mas a gente sabe que a coisa só pega mesmo quando acontece. Quando começamos a sentir ali na pele.

E o que acontece é que quando você ainda era um bebê, era muito mais fácil e natural sair por aí, sem ter que dar explicações e sem ser alvo de olhares curiosos ou de pena. Agora que você já é uma criança, digamos assim, fica na cara que existe algo de diferente.

Atenção, pacotinho, mamãe não tem, nem nunca teve vergonha de você. Nunca. É muito importante você saber disso. Mas, infelizmente, filho, isso por si só não é suficiente para fazer com que nada nos atinja.

Vivemos tomando banhos de realidade nua e crua a todo momento e, por ser humana, mamãe sucumbe de vez em quando. De vez em quando, hein. Não é sempre não. Até porque, filhote, se nós formos os primeiros a nos resignar, aí sim, só atrairemos lamentos e olhares constragidos. Por isso, mamãe faz questão de cultivar e transparecer força e orgulho da nossa história. Graças a isso, a maioria da energia que recebemos de volta é positiva.

Mas tem horas que é difícil. E estou num momento assim. Faz uma semana que decidimos te colocar numa espécie de pré-escolinha. São aulas três vezes por semana só, uma horinha e com a mamãe junto. Por um lado, tem sido excelente. Você sempre gostou de olhar e estar com outras crianças e lá não é diferente. Você vibra olhando seus amiguinhos. E acredito que isso seja um baita incentivo pra você. A aula de música então... Nessa, você gargalhava de tanta alegria de estar ali. Bem, até aí, não estava sendo nenhum problema. A gente se adaptou bem ao chão, às rodinhas. Não havíamos passado por nenhuma limitação exagerada. Até que chegou a aulinha de sexta.

Psicomotricidade. Filho, por opção e também por achar que você teria mais a ganhar, a mamãe não procurou nenhum espaço especial. Escolhi mesmo te colocar no meio das crianças comuns. E ainda acho que a decisão é acertada. Mas teremos que encarar de frente nossas dificuldades. E elas são imensas. Foram, pelo menos. Você ainda não é capaz de fazer quase nenhuma prática proposta. Para todas elas, era necessário, no mínimo, que você já sentasse sozinho. Resultado: você ficava sempre por último e doeu muito na mamãe ver como pareceu tudo totalmente desengonçado, com as 'tias' tentando adaptar os exercícios pra você. Tava na cara que elas não estavam acostumadas a lidar com pacotinhos especiais e a mamãe tava tão atordoada com os olhares aflitos e penosos das outras mães que nem consegui interferir ao meu jeito para 'ensiná-las' a manusear você. Foi duro, meu amor. Muito duro. Ainda estou digerindo na verdade...

Mas é sobre essa nova adaptação que teremos que fazer em nossas vidas que eu queria falar. Quis contar esse momento de dificuldade porque acho importante colocar para fora para que a gente ache a melhor forma de seguir adiante.

Não vou desistir. Existe a opção de ficarmos só na aula de música, uma vez por semana. Mas eu ainda vou insistir. Ainda quero tentar porque acho que a médio e longo prazos será vantajoso pra você. Só vou precisar me preparar e me fortalecer para esse período inicial. Esse período de adaptação. E é importante dizer que não falta boa vontade da parte de todos. Tenho certeza de que as profissionais de lá querem nos ajudar. É um período de adaptação pra elas também e a mamãe precisa ser paciente. Acho mesmo que com o tempo -e esse carisma que Deus lhe deu -, estaremos mais do que inseridos no grupo. É uma questão de atitude. E juro que na próxima vez, já voltarei a me comportar como de costume, forte e segura de que estamos nessa pra ganhar.

Certo, biscoito? Liga não. Tenho certeza de que cada dificuldade enfrentada fará com que eu você fiquemos cada vez mais unidos e fortes. Nunca me esqueço de uma das primeiras frases que a tia Laís disse, lá no início, quando ainda estávamos nos inteirando da sua situação toda. Mamãe perguntou aflita o que ela achava que você seria ou não capaz de fazer e ela respondeu: 'ele vai fazer tudo o que ele quiser'. Entendeu, filho? Só depende de nós e de como vamos lidar com os obstáculos que forem surgindo. Se tivermos mesmo força de vontade e gana de vencer, duvido que alguém ou algo nos impeça. Foi o que ela quis dizer na época e o que eu venho entendendo a cada dia que passo do seu lado.



A Vida sem Crise

Tem tempo que a mamãe não faz um post desabafo aqui. O motivo, todo mundo sabe, estamos numa fase muito boa. Sem crise, Amém! Mas... ainda é tudo muito difícil, Antonio Pedro.

Sempre dizia para os meus botões que o dia em que você parasse de ter crises convulsivas, eu aguentaria qualquer coisa. Nada era pior do que te ver tendo trimiliques e não poder fazer muita coisa...

Bem, é verdade. Temos vivido dias de muito alívio. E não tenho dúvidas de que elas, as crises, são sim nossa assombração mór. Só que a vida sem crise, apesar de mais tranquila, continua. E, para nós aqui, vida sem crise ainda significa muita luta.

E a principal é a sua questão motora, claro. Questão essa que interfere em todas as nossas atividades do dia. Desde a hora de dormir até a noite do dia seguinte.

Bom, por onde começo? Pelas noites, então. Elas são bastante agitadas, pacote. É raro termos uma noite inteira de sono. Eu, você e o papai. Na maioria delas, você acorda bastante. E nossa última desconfiança é a de que seu problema de prisão de ventre é o maior culpado. Toda a sua parte gástrica, aliás, ainda é muito mal resolvida. E as consequências vão de soluços exagerados à prisão de ventre, que causa gases e muita cólica. Principalmente, à noite. E isso pode estar sim ligado à questão motora porque, geralmente, crianças hipotônicas também têm intestinos mais lerdinhos. Nesse bolo também entram: a dificuldade de coordenar mastigação e deglutição, o que torna as horas de papar um sacrifício, porque você fica realmente cansado; e também alguma coisa de queimação devido aos remédios que você ainda precisa tomar...

Pois é. Acho que já comentei aqui como a hora da comida parece um verdadeiro circo armado aqui em casa, com a vovó dançando, a Galinha Pintadinha tocando, a Miriam jogando bola, a mamãe pulando com você no colo... Tudo para você se distrair e comer mais rápido, para não corrermos o risco do cansaço te vencer. Sempre que está chegando a hora de comer, eu rezo um Pai Nosso, tamanho o frio na barriga que eu sinto... É muito cansativo, filho. Principalmente por causa da pressão psicológica de que você precisa comer porque não está ganhando peso direito, porque gasta muita energia, porque está com um pouco de anemia, porque o cérebro precisa de nutrição para se recuperar. É dureza.

Bem parecido com isso tudo é também os momentos de tomar remédios e beber líquido. Você odeia. Tem aflição da coisa muito rala, cospe, deixa escorrer, engasga... E, cada vez mais, temos que te dar mais coisas. Essa semana, juntaram-se aos anti-convulsivantes, vitamiva C, vitamina K, Label e bolinhas de homeopatia, ferro e um pozinho pra prisão de ventre. A mamãe se vira. Junta o que for possível, mistura na comida, vai intercalando... Mas é um martírio e sempre tenho medo de deixar algum de fora, porque nem sempre consigo dar na hora programada e, depois, às vezes eu esqueço. Beber água, água de coco ou suco, tem sido na seringa ou jogando na sua boca, direto daqueles copinhos de três furos. Até está indo bem melhor que antes, mas, ainda assim, o volume diário é bem baixo. Cerca de 50ml no máximo. E o problema é que o pouco líquido ingerido também influencia na prisão de ventre e na sua fraqueza, já que você não chega a desidratar, mas o líquido no corpo é pouco...

Falando em fraqueza, uma anemia leve recém descoberta também explica porque você parece quase sempre muito cansado. E tem necessidade de dormir muito durante o dia. Foi por isso que o ferro entrou. Imagina só, pacote, pra você qualquer esforço demanda muito mais gasto energético do que para uma criança comum, porque você precisa mesmo se esforçar para fazer aquilo. Junte a isso o fato de que estamos num intensivão de estimulação com natação e aulas de música, linguagem, psicomotricidade... Isso além da fisioterapia, T.O. e fono. Enfim, seu gasto é o de um atleta e você come como um faquír... E a mamãe aqui tem que ficar o tempo todo colocando na balança o que é mais importante, do que você dá conta, o que está exagerado... É o problema matemático mais difícil que já tive que resolver na vida, filhote. E olha que eu era boa na escola.

Nossas idas à pracinha e brincadeiras em casa também representam uma verdadeira ginástica pra você e pra mim, que me viro como posso pra te dar o apoio necessário. Físico e psicológico.

Pausa.

Antonio Pedro, quanta ladainha, não? Tava cansada de escrever e fui reler tudo. Caramba, que mamãe mais reclamona. Olha, filho, a verdade é que ao reler tudo o que escrevi aqui agora até eu pensei: nossa, como é que eu aguento?

Aguentando, pacotinho. Simplesmente porque não paro para 'reler' meus dias. Faço o que é preciso. Às vezes, com um pouco mais de cansaço, mas nunca deixo de fazer nadinha por você. E juro que não fico reclamando. Confesso que fiquei com uma ligeira vergonha aqui de ter visto isso tudo aí que eu escrevi. Foi sem perceber, foi saindo. Mas, olha, te juro que a coisa parece muito pior assim quando lida. Na prática, a gente tem se virado bem. Pode acreditar.

Sabe, outro dia mesmo, eu e seu pai estávamos conversando no carro, sobre alguma coisa muito ruim que havia acontecido com alguém. Não lembro agora o quê, nem quem, mas o importante é que eu falei: 'como é que eles aguentam? eu acho que não aguentaria'. E aí, ele me disse: 'aguentaria sim. quanta gente você acha que não se pergunta a mesma coisa sobre a gente. e a gente não aguenta? então, a gente se adapta'.

E é isso aí, Antonio Pedro. A gente se adapta. Nos adaptamos a você. Essa é nossa vida agora e não conseguimos mais imaginá-la diferente. Com todas as limitações, todas as dificuldades, todos os obstáculos. E, sim, com tudo de bom também que ela representa. Porque você, meu amor, mesmo com tudo isso aí de bagagem complicada, cosegue ter ainda mais coisas encantadoras. Mamãe te ama.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Show da Vida




Filho, em tempos de calmaria, estamos de volta aos nossos amados passeios. No último fim de semana, a gente se esbaldou na praia do Forte. E você, pacotinho, mais uma vez mostrou determinação, vontade, disposição... Um show. O show da vida.



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Oh coisinha tão bonitinha da mãe...

Pacote, tava comentando hoje com a tia Tina, sua fono, como você fica bem quando você está bem. Traduzindo: como isso transparece na sua cara, na sua expressão, no seu sorriso. Aquela carinha de cansaço vai embora, as olheirinhas somem, o brilho nos olhos pula com força total...

Você é mesmo transparente, Antonio Pedro. Um poço de energia boa, de vontade de viver, de ser feliz. Ser feliz por ser feliz, sabe? Sem pedir muita coisa em troca. Quem diria que o meu filho, tão pequenininho assim, já iria me ensinar tanta coisa...

Não tem olhar, nem sorriso mais lindos e cativantes do que esses. É verdade ou mentira?



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Loucura, loucura, loucura!

Filho, loucura, loucura, loucura! é o bordão de um apresentador de TV chamado Luciano Huck. Será que ele ainda vai estar na ativa quando você estiver lendo isso? Sei lá... E isso não tem absolutamentamente nada a ver com o que a mamãe vai falar aqui hoje. Foi só uma divagação. Uma coisa assim de uma fase mais relaxada... Por isso mesmo, serei mais palhaça no meu assunto do dia. Já falei, né, que quando estou bobona é sinal de que as coisas estão bem com a gente e aqui na minha cabeça doida toda vida...

E falando em doida... Pois é, mamãe quer compartilhar aqui umas doideiras que volta e meia me pego fazendo.

Hoje mesmo, estava lá eu organizando sua bancada onde trocamos a fralda e guardamos remédios etc, quando parei uma ação no meio. Eu havia pego um dos remédios, o Rivotril, e ia guardá-lo de volta dentro da caixa de remédios. É que costumo deixar do lado de fora os que estão em uso diário e, na caixa, coloco os para emergência ou que foram usados para algo específico e você não está mais tomando. Pois bem, ao olhar para o Rivotril, pensei: 'não precisamos mais dele todos os dias! As crises estão sob controle!' E automaticamente estava indo com ele para dentro da caixa. Mas aí... pensei de novo: 'Ai meu Deus... e se der azar? E se eu estiver sendo precipitada?' Aí, voltei com ele do meio do caminho. Eis que penso novamente: 'que besteira. É bom mesmo deixar isso guardado e longe de nossas vistas'. E abri de novo a caixa. E mais uma vez, minha voz interior se manifesta: 'Adriana, calma. Você já passou por isso antes. Sabe que não pode gerar expectativa...' Fechei a caixa e coloquei o Rivotril de volta na bancada, bem à vista.

Agora, me diz: não é loucura, loucura, loucura!?

É, José... É preciso mesmo muita serenidade, muito apoio, muita luz para não virar uma neurótica em grau muito, muito elevado. Quando se tem uma certa tendência então...

Mas isso, de certo modo, me fez perceber o quanto estou realmente madura como mãe e tal, uma pessoa diferente... mas que eu ainda sou eu.

Explicando: é que antigamente, em meus áureos tempos de adolescente e pré-adulta, eu vivia fazendo essas 'brincadeirinhas' sem sentido com coisas bem prosaicas como, por exemplo: se o relógio mudar o horário agora é porque eu tenho que sair hoje. Se passar um carro igual ao dele, é porque ele me ama... E por aí vai.

Besteiras de uma pessoa nada supersticiosa, mas que não passa em baixo de escada, foge de gato preto, sempre desvira Havaianas e sapatos, já teve pés de coelho e trevos, tem figas pregadas na sua bolsa e não mexe no Rivotril. Deixa ele quieto.

Beijo, pacote. Mamãe te ama.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tudo Junto e Misturado

Rapazinho... tu não é mole. Com você, o negócio é 8 ou 80. Não tem essa de moleza não. Quando tá tudo bem, tá tudo ótimo. Mas quando encrenca, é uma confusão...

Aperta o cinto para ouvir nossa última saga: desde que voltamos de viagem de Mauá - lá da casa do tio Fábio e da tia Larissa - no último feriado do dia 20 de janeiro, que você começou com uma febre estranha. Na verdade, um febrão já na volta, no carro. Mamãe tomou um susto porque sua temperatura nunca tinha ido tão alto. É, filhote, o primeiro febrão a gente nunca esquece... Bem, acontece que pra piorar o cenário, você começou a fazer uma crise convulsiva atrás da outra. Mamãe já explicou aqui que como suas crises estão diretamente relacionadas ao seu limiar de sensibilidade, qualquer coisinha que te deixe mais fraco e sensível, faz o negócio degringolar. Imagina então do que um febrão é capaz... Bom, tascamos Tylenol ainda no carro e a coisa foi acalmando.

Mas, aí, ficamos uns três dias nessa. Controlando sua febre com Novalgina, Tylenol e muito banho de água fria. Até fomos no tio Jofre, mas, na época, não havia mais nenhum outro sintoma, então, o jeito era observar e rezar pro troço passar.

No quarto dia, sua língua ficou toda branca, esquisita, com umas bolinhas. Mamãe ligou de novo pro tio Jofre e ficou-se achando então que a causa da febre era uma estomatite que demorou para se manifestar mais clinicamente. Ok. Fizemos então uma semana de Micostatin, com alimentação leve, fria e nada ácido ou salgado.

Depois disso e de muita ranhetação, com você chatinho toda vida, sem querer comer direito e reclamando de dor de barriga e soltando um monte de pum pum, parecia que a coisa estava sarando.

Nananinanão. Fomos pegos de surpresa, de novo, pela febre, que voltou com força total. Mas como a língua já tava normal, o que seria agora, meu Pai...

Lá fomos nós pro telefone pra falar com o tio Jofre. Bom, ele falou que como não havia mais sintomas, parecia que a febre então estaria associada ao seu quadro neuróligico. Existe uma febre, filho, de origem central. Mamãe nunca tinha ouvido falar.

Pânico e mudança de interlocutor. Acionamos a tia Laís. E, ao contarmos a lenga-lenga toda, ela disse que a febre poderia ser devido ao Topiramato, o princípio ativo de um dos anti-convulsivantes que você toma. É que esse remédio é processado pelo rim e como você não bebe muita água, pode causar uma espécie de desidratação, junto com um outro quadro chamado acidose metabólica. Enfim, uma coisa nada bacana. Ou seja, muito provavelmente teríamos que mudar o rumo das suas medicaçãoes. Logo agora que estávamos vivendo um período bem adaptado, apesar das irregularidades.

Por sorte, tínhamos consulta com a tia Laís no dia seguinte. Estava marcada há meses. Lá, ela te viu, conversamos mais e foi feito então um plano A, B e C envolvendo dosagens e novas medicações, de acordo com a sua reação e com a parada ou não da tal febre indesejável. Bom, ela pediu também exames de sangue para consolidar a teoria de que o remédio estaria te afetando. E aí, foi outra novela.

Já de uma outra vez, mamãe não conseguiu que tirassem sangue de você. Fomos no Lâmina Kids e foi um horror. Te arranquei de lá. Na ocasião, acabou que não foi mais preciso fazer o exame. Mas agora, estávamos lascados. O exame era essencial. Tentamos então chamar um enfermeiro que vem em casa, indicado pela tia Margareth, amiga da mamãe e mãe da Sofia, sua amiguinha da pracinha da Urca. O rapaz é mesmo muito atencioso, mas não foi dessa vez... Ele não conseguiu também. Uma pilha de nervos, liguei no desespero para todo mundo, tio Jofre, tia Laís... perguntando o que fazer!? Acabou que o santo tio Jofre nos mandou ir a Perinatal na segunda, que ele mesmo tirava.

Ainda tá aí, filho? É... tem mais. Escuta.

Sabe o que aconteceu nesse intervalo aí, no fim de semana entre sexta e segunda? Eis que você começa a ter diarréia e vômitos. Não comia mais nada.

Resultado: quando chegamos segunda no tio Jofre para colher sangue, o quadro já era outro e voltamos à suspeita de uma forte virose...

Bom, sangue colhido. Sim, tio Jofre é fera, além de ser o melhor dos melhores quando se trata de mexer em nenéns. Pegou sua veia de jeito e colheu tudo o que precisávamos. E, de quebra, você ainda fez lá um cocô mole que também já foi colhido para exame de fezes.

Enfim, filho, ainda não saíram todos os resultados, mas a maioria. E tudo indica mesmo que o treco é uma infecção viral. Um danado de um vírus aí que ficou encubado e cada hora se manifestou de um jeito. Graças a Deus, no exame específico lá que a tia Laís pediu pra ver o negócio da acidose metabólica, deu tudo normal. O PH do seu sangue está direitinho. E você está bem melhor de uma maneira geral.

Mas sentiu o drama, Antonio Pedro? Como com você, temos que estar muito atentos sempre e ainda com a questão do seu quadro neurológico e mais os remédios todos que você toma, é sempre um estresse interpretar sintomas. Aí, entramos nessa roda-viva de atirar pra tudo quanto é lado. Não foi a primeira vez que tudo ficou obscuro até clarear um pouco.

E a mamãe quase morre do coração, filho, de tanta preocupação. É muito difícil ver meu pacotinho dodói e ficar pensando nas mil possibilidades ruins que podem ser. Não faz isso com a mamãe não, pequeno...

Tô brincando, meu amor, eu sei que não é sua culpa. E, que, mais uma vez, você deu provas de ser um guerreirão. Mesmo dentro desse furacão, não parou de brincar, de tentar os movimentos mais difíceis... Mas o mais impressionante mesmo, foi a sua capacidade de recuperação. Principalmente, em relação às crises. Nesse período todo, mesmo com tudo para ter um milhão delas, depois daquele estágio inicial, você segurou a coisa como ninguém. Simplesmente, elas deixaram de acontecer, sendo menos uma coisa pra mamãe se preocupar, no meio de tantas outras... Incrível.

Bem, não sei se elas vão continuar assim contidas, ou se foi mesmo só para nos dar um descanso e aliviar o nosso lado, mas é por essas e outras, que cada vez mais mamãe está se rendendo ao campo dos milagres, dos anjinhos da guarda, dos espíritos amigos, de Deus. Não consigo enxergar nenhuma outra explicação plausível, filhote, para você ter ficado sem crise alguma num período tão conturbado.

Obrigada, a quem quer que seja. E, ao mesmo tempo, a todo mundo. Que eu sei que está junto com a gente nessa. A gente aqui, olha pro céu e agradece.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

...E soubesse nadar

Como prometido, estão aí os últimos vídeos da natação. Demorou porque você tem andado meio doentinho, filho, e aí, a mamãe tá bem cansada. Nossas noites têm sido agitadas. Enfim, depois mamãe conta melhor. Beijo.


Aqui tem o 'túnel', que ainda é muito difícil pra você, mas mamãe ajuda! E a plataforma subaquática, onde você não se fez de rogado e deu suas passadas tão bonitinhas! Mas o mais legal aqui é ver como você tá com o olho no peixe e o outro no gato. Tá curtindo, mas presta atenção nos amiguinhos também. Oba! É isso o que a gente quer.


Olha o mergulho. Tia Camila colocou sua cara na água e você nem engoliu, filho! Saiu bonitinho com a boquinha e os olhos fechados.


Esse é o barco, Antonio Pedro. O apetrecho que a mamãe mais gosta. Você fica lá dentro e consegue se apoiar um pouco pra brincar na borda. Achei genial. Nunca tinha visto.


E pra fechar com chave de ouro, você ainda deu uma nadada linda no final. Mexeu perninhas e bracinhos, quase um peixinho!

É isso, filhote. Mamãe tá botando fé nessa natação. Você ama água e tem curtido muito toda a bagunça. Estamos bem satisfeitos. A única coisa é que a aula é curta. São 30 minutos só. Se dependesse da gente, ficávamos 1 hora fácil. Mas... deve ter um motivo. De repente, as crianças cansam. Enfim, pra quem quiser saber onde estamos fazendo natação, é na Golfinho, em Botafogo ou Humaitá, não sei bem. É perto ali do São João Batista.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ah se eu fosse um peixinho...

Olha aí finalmente as imagens da sua aula de natação, pacotinho! Vovó mandou muito bem nos vídeos. E a mamãe achando que ela ia se enrolar toda... Que nada, registrou tudinho em vídeos curtos pra gente ter bastante material pra mostrar aqui. valeu, vovó! Vamos por partes:


Esse vídeo é bem do comecinho da aula, quando a turminha está se 'saudando', digamos assim. Você ainda está bem molengo, como dá pra ver, mas ri satisfeito por estar ali no meio dos coleguinhas. E esse é o principal objetivo dessas aulas em grupo: a socialização dos bebês. É isso o que a tia Laís e a mamãe querem pra você neste momento. Mais do que uma hidroterapia, em que ficaria só você e um fisioterapeuta na água, a natação em grupo irá te ajudar a desenvolver mais e melhor não só a parte motora, como a cognitiva. É aquela história do espelho. A ideia é que você se inspire nos outros bebês para querer ser como eles.


Aqui dá pra ver bem como a aula toda é composta de muita música e acessórios lúdicos. O lugar em si já é bem convidativo, todo colorido, com brinquedos por todos os lados. É uma delícia estar com você num ambiente assim e soltar o gogó! E tome de "Motorista", "Dona Aranha", "Brilha, brilha estrelinha"...


Olha você mexendo as perninhas pra ir buscar os brinquedos que a tia Camila jogou lá longe...


E vão bora exercitar esse tronco! Rotação nele.


Olha essa bóia, filho! Mamãe ficou doida com ela e tá atrás de uma pra chamarmos de nossa. Você ficou tão bonitinho nela. É de borracha e bem durinha, o que é ótimo pra te dar ali o apoio dos cotovelos. Você consegue ficar sozinho nela por um tempo! (continua no próximo post...)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Au Au

Oi pacote, mamãe tá meio embananada aqui. É que tenho um monte de assuntos de que quero falar, mas estão faltando vídeos e imagens para complementar... Sei que estou devendo umas fotos da nossa rotina aqui no dia-a-dia; além de falar e mostrar mais da natação, nossa nova empreitada; fora outras coisas legais que você está fazendo como agarrar bem melhor os objetos.

Bem, mas como me sobrou um tempinho, vim correndo escrever alguma coisa. Sua estomatite parece estar se despedindo da gente e ontem foi a primeira noite em cerca de 10 dias que você dormiu melhor. Vitória! Mamãe tava um caco. Ontem também foi um dia importante porque fizemos um eletro para ver como andam as descargas elétricas na sua cabecinha. Ainda não temos o resultado, vamos esperar. Sexta, temos consulta com nossa mestra mor, a tia Laís, e mamãe pretende conversar um montão de coisas com ela. Sobre sua sustentação de cabeça, sobre nossa rotina de terapias e, claro, sobre as suas crises que continuam meio instáveis, apesar da melhora.

Mas, enquanto isso, quero deixar registrado aqui momentos de puro chamego e afeto entre você e uma cachorrinha chamada Lila. A Lila é uma vira-lata, mais puxada para Basset, da tia Larissa e do tio Fábio, que é irmão do seu dindo, o tio Renato. Fomos para a casa deles em Mauá, no último feriado. (É, pacote, já deu pra ver que mamãe e papai amam Mauá, né?!) Bem, assim que chegamos, quando papai saiu do carro com você, a Lila já veio em desparada e começou a lamber o seu pé. Foi uma graça. Segundo a tia Larissa, ela ainda não conhecia nenhum bebê. Então, foi amor a primeira vista mesmo. No decorrer dos dias, Lila continuou sua fiel companheira, deitada ao seu lado no seu tapete de brincar, ao seu pé na rede e te sapecando lambidas, sempre que possível.

Deixo as fotos abaixo como uma espécie de inspiração para um mundo melhor, onde crianças e animais têm muito a nos ensinar.

beijoca estalada da mamãe.