Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Feedback

Oi pitoquinho, oi pitoquinha,

bom, sobre a Marinoca, mamãe deu um pulo hoje na médica por conta de uma dor de cabeça que me acompanha desde o início da semana, mas está tudo bem. Não é pressão alta, como o seu papai temia e sim uma enxaqueca, provavelmente de fundo nervoso. Pudera, né? Afinal, foi um susto que ainda estamos digerindo. Mas aproveitei para conversar mais com ela sobre a nossa 'situação'. E o que eu ouvi continua sendo basicamente para ter cautela, mas também não é nenhuma sangria desatada, nas palavras dela. Tô bebendo mais água do que em qualquer período da minha vida e descansando mais. E isso tem sido possível graças a sua colaboração, filhote. Tá ficando direitinho com as tias e a Miriam, sem fazer manha, papando quietinho na cadeirinha - sim, pela gastro, mas é que até pela gastro, muitas vezes precisamos te entreter muito para que você fique minimamente quieto -, tá brincando feliz, enfim, deixando a mamãe tranquila, sem achar que você precisa desesperadamente de mim. Só é engraçado quando eu apareço e aí você me olha e faz beicinho. Como quem diz: por que você não está comigo? Mas logo esquece e volta a brincar com a tropa.

Mas, então, vim aqui hoje mais para dar uma espécie de feedback desses quase dois meses pós-gastrostomia. Vamos lá:

- o primeiro ponto positivo é em relação ao término daquela angústia frequente pelo fato de ver você não comendo e ficando fraquinho. Não desejo pra ninguém aquela preocupação diária e horrorosa. Eu só pensava nisso, passava o dia calculando as parcas calorias que você ingeria e morria de aflição ao constatar que você não comia nem a metade do que precisava... Isso acabou! Mesmo nos dias da virose em que diminuímos muito o volume, eu não fiquei assim, porque sabia que você estava, pelo menos, hidratado. Naqueles tempos, tinha dias em que nem o líquido ingerido chegava perto do suficiente.

- a segunda coisa obviamente é o seu ganho de peso rápido. É incrível como a coisa dá resultado mesmo. Em um mês, você conseguiu voltar para a curva e, agora, com dois meses, mesmo tendo tido uma recaída porque ficou doente, já está nitidamente recuperado de novo. Ainda não pesamos outra vez, mas sua cara de saudável e as bochechas estão tinindo.

- a terceira alegria é a com que a gente mais contava: uma mudança considerável no seu tônus muscular. Antonio você está outro. Bem mais firme, durinho, forte mesmo. Impressionante como a fraqueza realmente piorava a sua hipotonia. Seu controle de cabeça melhorou muito, o apoio de braço está bem mais estável, o tronco mais firme, enfim, você todo está mais ativo. A palavra é essa mesmo porque você está, literalmente, ativando muito mais mísculos. A tia Suzane está encantada. E mamãe e papai muito orgulhosos!

- a quarta tem tudo a ver com a terceira. Ao passo que você ganhou mais força, também vieram coisas como mais atenção, mais disposição, mais falação, menos sono, menos necessidade de descansar... Enfim, serelepe total! Dá gosto de ver você o dia todo animado, feliz, querendo brincar sem hora pra terminar.

E é isso. Quanto aos pontos não muito positivos, pois não quero chamar de negativos, só ressalto a adaptação com a gastro e alguns pontos da sua funcionalidade que, às vezes, pode ser desagradável.

- Dentro da adaptação, entram as tais ânsias do início que me deram susto; o período da virose em que tivemos também que ter bastante cuidado com a ingestão de alimentos para você sentir menos desconforto possível; os cuidados com a cicatrização e o granuloma que ainda não está totalmente sarado...

- E no que chamo de funcionalidade, é só uma enrolação ou outra que ainda acontece eventualmente como a comida que não desce por algum motivo; o extensor que fica duro e menos maleável com o passar do tempo; dar comida na rua ou no carro, que não é muito prático; e alguns receios quanto à limpeza e esterelização dos apetrechos.

Mas, afirmo: os pontos altos compensam qualquer percalso.

Por fim, quero terminar celebrando o dia de hoje em que você petiscou mais do que nunca. De manhã, vários pedacinhos de queijinho e pãopão do sanduiche da mamãe, Miriam também falou que já havia dado do dela; à tarde, se esbaldou com o chocolate de Papai Noel que a mamãe trouxe da rua, comeu no colo da Miriam, pedindo mais, dando mordidas e mexendo os bracinhos nervosos para pegar. Foi quase a cabeça toda do bom velhinho; na hora do seu jantar, mais pedacinhos de pão e polenguinho, desta vez, que a mamãe estava lanchando e quando acabou, você até chorou!; e à noite, peito de peru e sorvete de creme na casa do tio Gennaro e da tia Bianca. Mas o melhor nisso tudo é que em todas as vezes era nítido o seu prazer de estar comendo e mastigando. Você queria mesmo aquilo. Não fez cara feia como antigamente e nem colocou muito pra fora, como de costume. Engoliu tudinho. E o interesse, como comentei, está sensacional. Você fica de olho em tudo o que comemos e faz questão de experimentar. Filho, você não tem noção de como isso tem me deixado feliz... Brigada mesmo.

Beijo nos dois!

Segurando o cabeção e bem durinho!


































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