Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Oh do Bigode

Olá perereco mais lindo do mundo,

então, nossa rotina pós-operatória aqui segue caminhando. Não tivemos - ainda, pelo menos - nenhum outro episódio traumático e aos poucos as coisas vão se ajeitando e se tornando mais normais.

E é um pouco sobre isso que eu quero falar. Lá no hospital ainda, mamãe trocou algumas mensagens com outras mães de crianças especiais que nem você. Não necessariamente que tivessem gastro. Enfim, numa dessas conversas, falamos sobre a forma como encaramos as adversidades. As nossas que são frequentes, mas também de uma forma geral, como na vida de qualquer pessoa com filho especial ou não.

E o que eu acho, filhotinho, é que grande parte do 'segredo' está justamente aí. Na sorte de conseguir encarar de frente e de um jeito leve, na medida do possível, as dificuldades que temos que enfrentar. Não estou dizendo que é fácil e que eu consigo fazer isso sempre sem a menor dificuldade. Não é isso. Mas o importante é que eu tento. E, na maioria das vezes, tenho conseguido. Claro que é muito melhor quando as coisas vão dando certo, como tem sido o nosso caso com a cirurgia. Mas estou todos os dias aqui me preparando para algum deslise. Atenta para me cercar de tudo o que eu posso fazer no caso de algo dar errado e, com isso, tentar manter a calma numa eventual necessidade.

Fora isso, é fazer do nosso dia a dia um bicho com cada vez menos cabeças. Como? Brincando; tirando sarro de nós mesmos; rindo das trapalhadas que acontecem no manuseio da sua nova traquitana; achando graça das suas peraltices de tentar pegar e muitas vezes conseguir chutar a seringa. Ficando feliz com a sua esperteza a cada dia que passa...

Aliás, esse é um tópico que vale à pena comentar mais: o tempo está passando e parece que você está ficando mais ligado no fato de que agora, de tempos em tempos, a gente conecta uma comida em você. No início, você não ligava muito. A gente te distraia e a coisa seguia independente. Mas com o tempo você começou a analisar sério o que estávamos fazendo. Ficava quietinho primeiro, meio que tentando entender e depois começava a se mexer todo, como quem diz que está de saco cheio daquilo. E, agora, já sabe direitinho o que vai acontecer quando começamos os trabalhos e já dá uma reclamada. Nitidamente, você não está gostando desses intervalos tão curtos. E, por isso, eu por minha conta aqui já tive que dar uma espaçada maior e, com isso, aumentar o volume por vez. Até agora, sem problemas. E essa é uma conclusão importante: é, minha gente, é muito difícil 'enganar' uma criança ativa. O que torna a gastro em pitocos assim algo não muito prático. Mas continuo achando sim que valeu muito à pena. O negócio é se virar nos 30 para entretê-lo e tentar com que ele fique numa posição boa, sem se mexer e se esticar tanto... estamos suando a camisa.

Falando em suor, essa foi uma reação que esqueci de contar aqui. No hospital e nos primeiros dias em casa, Antonio suava muito. Principalmente, quando estava dormindo. Aquele suor meio frio, sabe, de quando estamos passando meio mal? Então, foi-se! Acho que foi mais uma adaptação pela qual o organismo dele precisou passar com o aumento do volume de comida. A digestão devia estar a mil, difícil para um corpinho que ingeria tão pouca coisa... Mas é impressionante como a capacidade de adaptação deles é rápida! Tomara que seja assim sempre e que logo a gente chegue nas 5 ou 6 'refeições' por dia com volumes de 100 a 200mll por vez. Esse é o nosso objetivo.

Por hoje é só. Abaixo, algumas fotos de momentos que à priori não teriam nada de descontraídos, mas que, graças a nossa energia boa aqui, têm sido até divertidos!

Beijo, filho!

Estripulias para te alimentar: você já 'comeu' em pé, andando no colo da mamãe e até no balanço!













De olho na dieta.

Troca de curativo. Você quer pegar tudo. E adora a tampa do microporo:


















E, por fim, Oh do Bigode! (mamãe sempre 'suja' a sua boca durante a dieta. Dica do Dr. Nicanor para que você sempre associe o estômago enchendo com o gosto da comida na boca.)

Um comentário:

  1. Olá Adriana,
    é isto mesmo...aos poucos eles vão percebendo, a helena já sabe quando a bomba apita e nós a nomeamos de "vaquinha mecânica" que fica gritando pela bezerrinha...ela acha o máximo o preparo do frasco e aprendeu esta semana a enrolar o equipo na mão e desconectá-lo da bomba...aff...aqui em casa tem dieta de todo jeito...brincando, assistindo tv, sentada no cavalinho upa upa...e por incrível que pareça a Helena com apenas um aninho controla a quantidade de dieta que falta no frasco para acabar...quando está quase no fim ela já começa a bater palminhas...td é uma delícia e só mostra que mais do que especiais eles são espertos, inteligentes e lindos, lindos!!!bjos

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