Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Caixas de brincadeiras

Filho, por coincidência ou então porque nosso blogue está ficando mais conhecido por aí pelo tempo de existência, nos últimos dias mamãe tem se comunicado com algumas mães de pacotinhos especiais que nem você mais do que o normal.

Isso é ótimo! Essa troca é sensacional. Já consegui muita dica, muito apoio... conheci técnicas, tratamentos... enfim, acho que essa rede de mães especiais funciona mais do que as consultas regulares com médicos, por exemplo. Porque são pessoas realmente com experiência. Ou melhor, vivência é a palavra correta. No seu pós-cirúrgico as dicas de outras mães de filhos gastrostomizados me foram mais úteis do que as ligações para o cirurgião ou para o gastro.

Enfim, o fato é que um e-mail bem longo que escrevi ontem para uma dessas companheiras de luta acabou me dando a ideia do post de hoje.

O assunto era estimulação dentro de casa. E um dos pontos que abordei foi como fazemos aqui com seus brinquedos.

No início, assim como a busca por terapias diversas, a gente comprava tudo o que achávamos que poderia ser bom pra você. Com o tempo, fomos fazendo um estoque considerável de objetos. Alguns realmente bons, outros menos, outros nada... Mas o que quero falar é que eles ficavam todos misturados, jogados à própria sorte e sujeitos ao humor de quem fosse brincar com você ou de como a Miriam resolvia arrumá-los no dia-a-dia. O que acabava acontecendo é que muita coisa ficava guardada e esquecida e você brincava sempre com as mesmas coisas. Aquelas que estavam mais à mão.

Acho também que como você demorou a conseguir interagir muito com eles, me refiro a pegar, conseguir realizar tarefas e tal..., a gente caia na armadilha da acomodação e não lembrava muito de variar as brincadeiras.

Mas isso mudou radicalmente quando mamãe arregaçou as mangas e decidiu imitar a configuração do consultório da tia Suzane, sua T.O. Lá ela separa tudo em caixas. E assim eu fiz aqui em casa.

Claro que isso só foi possível após esse período de armazenamento. Só com quantidade é que consegui enxergar a necessidade de organização. E, afinal, acho que as coisas têm seu tempo mesmo. Foi bom irmos comprando traquitanas de acordo com nosso sentimento do momento. Ou por indicação de algum terapeuta. Apesar de no começo elas terem ficado meio misturadas, isso ajudou a irmos administrando nossa ansiedade e evitou frustrações. Imagino uma mãe que acaba de ter um filho especial e decide ir ao shopping comprar todos os brinquedos do mundo com o intuito de estimular o filho. Pois assim que saímos do hospital com um pacotinho como você, Antonio, a principal palavra que escutamos é 'estimulação' e suas variáveis. Mas minha opinião hoje é que, além de confusas, as pobres mãe e criança não conseguiriam nunca dar vazão à tanta expectativa.

Enfim, meu ponto é que - hoje - graças a essa organização em caixas, conseguimos estruturar melhor nossas brincadeiras do dia-a-dia. E você acaba com uma experimentação rica e variada. Fora que é uma boa maneira de sair da rotina e não cair no tédio. Por fim, faz muito bem à cabeça. Pelo menos para a minha. Pois fico com uma sensação boa de que estou fazendo algo com propositos definidos em busca de resultados.

Nós aqui temos caixas de massinhas de tipos, cores e densidades diferentes; caixa de desenhar com giz de cera, pilot e lápis de cores diversos também em cores e tamanhos; caixa de carrinhos; de quebra-cabeças; de bolas mil; de brinquedos com ventosas que grudam em superfícies ou no espelho; de bichinhos; de colares e pulseiras variados; de instrumentos musicais; fantoches ou bichos que cantam, falam etc; um balde de brinuedos de encaixe; outro com brinquedos de causa e efeito com música e sons; e uma caixona que chamo de sensorial com um monte de porcaria que vai de buginganga de camelô, passando por brindes de festinhas a brinquedos daquele site que compro coisas sensoriais. Essa é a maior e mais zoneada...

Não importa do que serão as caixas. Vale tudo. Basta dar asas à imaginação e criar um padrão de separação com um mínimo de lógica. Depois é revezá-las no dia-a-dia. Assim, a criança brinca com qualidade e a casa até consegue parecer arrumada já que não vão estar todos os brinquedos espalhados ao mesmo tempo. Eu aconselho.

beijo pitoco!














Um comentário:

  1. Adorei essa postagem.fiquei curiosa com a caixa 9
    aonde vc comprou essa argola ou colar amarelo com bolinhas?
    adorei!
    beijos
    Johanna

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito importante para nós!