Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Na Caixola

Oi Antoninho,

mamãe vai falar hoje sobre o que anda rondado a minha cabeça nestes últimos dias pré-Marina.

Bom, começo primeiro com a pergunta que a maioria me faz? Se estou nervosa. Olha, acho que não, sabia? Talvez a palavra melhor seja um pouco ansiosa. Sei lá, tenho tanta coisa pra pensar, pra organizar, pra me preocupar que não sobra muito tempo pra eu ficar nervosa. Isso por um lado é bom. E mostra que a minha cabeça está realmente ocupada.

Minha principal preocupação esses dias, óbvio, é com a saúde e monitoramento da Marina na barriga. Mas também tenho passado muito tempo me ocupando com como ficará, você filhotinho, nesse tempinho em que a mamãe estará no hospital. Coisas bem práticas mesmo, que dizem respeito a sua rotina. Aí, tomei algumas atitudes como fazer tabelas grandes e colar pelas paredes com horários, quantidade e qualidade da sua alimentação e dos seus remédios. Para que ninguém se confunda ou pape mosca. Vou ensinar vovó e Miriam a também se virarem com a gastro, caso precise, na falta do papai ou da tia Carmen. E estou fechando todo o seu cronograma de atividades para que vovó e tia Carmen assumam a ida até eles sem a presença da mamãe pelo menos por um tempo.

Fora isso, também precisei arrumar a mala da maternidade; comprar coisas de farmácia para a chegada da Marina em casa; terminar de arrumar o quartinho e as coisinhas dela e cuidar minimamente de mim. Me refiro a fazer pé e mão, depilação, sobrancelha... Pra eu não ficar muito horrorosa no hospital e nos primeiros dias que sei bem como serão punks! Acredito piamente que quando nós mulheres estamos com essas coisas em dia, ajuda a fazer com que não nos sintamos tão trapo. Nem sou muito mulherzinha de um modo geral, mas um mínimo de cuidado e limpeza me deixa mais tranquila e feliz.

Bem, agora um tópico mais complicado e que tem sim me feito pensar bastante: como será a divisão da minha atenção entre os meus filhotes nos primeiros meses de caos. Já escutei muito conselho de amigas e pessoas que sei que realmente se preocupam comigo, mas, ainda assim, tenho a sensação de que só na hora do pegapracapá eu terei que ver como agir da melhor forma possível.

Dividir a atenção entre um filho especial e um recém-nascido é a mesma coisa de dividir a atenção entre uma criança comum e um recém-nascido? Não sei. E acho que essa pergunta não tem muita resposta exata. Vai depender muito de cada criança em si, especial ou não. Mas acho que a preocupação de mãe quando um filho novo chega e existe outro já em casa é muito parecida pra todas. Assim eu sinto nas conversas que já tive com outras mães.

E por isso, pelo menos agora, o que mais me aflige é mesmo a questão do tempo que terei para me dedicar a cada um. Quero dizer que minhas tensões ainda estão muito mais no campo prático do que piscológico. Não que não estejam ligados, mas ainda não tenho nenhum aspecto emocional específico para lidar. Acho que isso vai aparecer conforme o tempo for passando. Por hora, vejo que você já está sentindo a minha falta, contato físico mesmo. Isso desde que a tia Carmen intensificou suas vindas e tem passado mais tempo cuidando de você até porque mamãe a cada dia que passa te aguenta menos no colo ou ficar no chão e passear, por exemplo. Sua carinha quando me vê após um período longo na pracinha ou que eu tenha saído de casa diz tudo. Você pede mesmo com os olhos e com as mãozinhas para que eu te pegue ou, pelo menos, fique bem pertinho.

Ainda não me preocupo tanto porque o que acontece é que enquanto eu não apareço e você está sozinho com o povo, vejo e escuto que você está bem. Não faz muita manha, não tem chorado muito, brinca, se diverte... A coisa complica quando você me vê. Aí, se remexe todo, reclama, quer porque quer ficar comigo. Mas acho que até aí, tudo bem. Normal. Minha preocupação é que você não sofra de saudade. E acho que por enquanto está controlado.

E o fato de a coisa ter acontecido assim, deu ter que ir delegando um pouco mais à medida que a gravidez foi passando e alguns problemas com ela foram acontecendo, no fim das contas foi bom. Pois será menos brusco minha sumida por horas a mais.

Enfim, minha ideia é não perder a consciência em momento nenhum de que você também precisa de mim, esteja eu com o cansaço que for, e com isso em mente conseguir passar o maior tempo possível com você com qualidade. Continuar deixando a tia Carmen bem perto e por conta da sua comida, banho, pracinha etc, mas dar umas boas fugidas enquanto a Marina dorme para te apertar, brincar, chamegar... Prometo que falta de amor você não vai sentir. Tá bom, perereco?

Mamãe te ama.

Ontem, na rede:




4 comentários:

  1. Adriana, por tudo que acompanho nos seus relatos sei que vc vai tirar nota 1.000 nessa prova. Fica tranquila pois o amor só multiplica então não vai mesmo faltar pra nenhum dos dois.

    Bjs meus e da Sofia.

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  2. Adriana, uma boa hora para você, desejo muita felicidades para toda a família!
    bjss

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  3. Oi Adriana, fique tranquila, tudo vai dar certo!!! Estou passando pela mesma situação, e vou te falar, está sendo tranquilíssimo. O meu primeiro filho, o Gabriel, tem 7 anos, e depende de mim pra tudo, está andando, mais o resto, tenho que fazer tudo mesmo, é um bebe. o Arthur, que está agora com 5 meses, é um doce de criança. No início é um pouquinho puxado, pois o bebe pede mais atenção e a amamentação exige muito tempo da gente, mais com uma boa ajuda de mãe, ou secretária, amiga, a gente vence. Quando o Arthur estava com dois meses, me mudei de cidade, e agora fico sozinha com os dois, sem mãe, sem amigas e sem secretária, e estou tirando de letra. Sinceramente, eu estava morrendo de medo de mudar, achava que ia enlouquecer, mais que nada menina, nós mães, mulheres, somo guerreiras e vencemos sempre!!!! Desencana, curte sua gravidez, tudo vai dar certo!!!!! beijo grande no seu coração!!!

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  4. Amiga Adri,

    Bem vinda ao mundo das culpas! Ser mae de 2 ( ou 3 como eu) é saber lidar com o nosso feelling e nossa culpa o tempo todo. Independente da idade ou desenvolvimento de cada criança, seu tempo vai ser dividido conforme a necessidade de cada um. Eu acho que vc vai tirar isso de letra, principalmente nos primeiros meses que o seu bebe vai dormir bastante e vc vai poder curtir seu meninão sempre. BOA HORA , que a Marina venha cheia de saude!! Estamos na Torcida ! Bjs Isabela , Arthur, Joao Bernardo e baby Antonio.

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