Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



domingo, 23 de janeiro de 2011

Catarina

Oi, filho. Nossos dias tem sido bem movimentados. Por conta do calor, mamãe não pára em casa com você e, por isso, lá vamos nós pra pracinha, pra piscina, passear... Falando em piscina, estamos adorando a natação! Ainda não contei detalhes aqui, porque como entro na água/farra com você, não consegui ainda registrar nossos momentos felizes e aquáticos. Mas prometo que na semana que vem, passo a tarefa para a vovó e aí, conto aqui com direito a imagens, o que estou achando desta nossa nova empreitada. Só para adiantar, acho que vai te ajudar muito motoramente.

Bem, mas então, acabou que nossa última aula de natação e mais um dia no fim de semana passado na piscina da vovó, fizeram a mamãe lembrar de um assunto que há muito tempo tenho vontade de falar aqui. É um daqueles que já está há séculos anotado no caderninho da mesinha de cabeceira: Um outro filho.

Calma, mamãe ainda não está grávida de novo. Mas, esse é um tópico que já foi bastante pensado e discutido desde que começamos a formar aqui a nossa família. O que me fez voltar a pensar nele foi o encontro casual com duas Catarinas. Uma lá na piscina da vovó e outra, na piscina da natação. As duas eram mais velhas um pouquinho e lindas de morrer. Uma caiu de amores por você no ato e ficou um tempão brincando com a gente na piscina da vovó Zita. A outra conhecemos na 1ª aula de natação. Você não tirou os olhos dela, embasbacado com tudo o que ela fazia.

Enfim, foi engraçado 'cruzar' com duas Catarinas num curto espaço de tempo. Catarina, filhote, é o nome da sua possível futura irmã. Foi por isso que a mamãe voltou a pensar 'nela'. Mesmo que exista a forte possibilidade da Catarina nunca existir, assim como a Alice que não veio e deu lugar a você, meu pacote do coração chamado Antonio Pedro. Não importa. Catarina, Alice ou o que vier, o que quero hoje é falar de como uma outra criança é um assunto que já rendeu muito pano pra manga na cabeça da mamãe...

Não sei outras mães em situação parecida com a minha, mas eu, imediatamente após a M toda que deu no parto, pensei que nunca mais teria coragem de viver aquilo de novo. Imaginei, muito precocemente é verdade..., como seria engravidar outra vez e entrar novamente numa maternidade para ter um bebê. Achei mesmo que eu não seria capaz de suportar a pressão e o medo de que algo desse errado de novo.

Aí... o tempo passou um pouco e à medida que fui descobrindo que tudo com você seria diferente do que com uma criança comum, um sentimento totalmente contrário ao que havia sentido antes surgiu: uma vontade de ser mãe logo e de novo para poder 'ser normal'. Perdão, meu amor. Eu nem devia estar te falando isso. Mas aconteceu. Eu queria desesperadamente um outro bebê para poder aplacar a minha dor.

Depois, quando fomos nos conhecendo e nos entendendo melhor, fui caindo de amores por você e, mais uma vez, não consegui mais imaginar um outro filho. Agora, por medo de não ser capaz de amá-lo como eu estava amando você. Minha sensação era a de que a nossa relação havia se tornado tão, mais tão especial que eu nunca conseguiria amar alguém dessa maneira. Ainda mais se fosse outro menino. Era como se fosse covardia te comparar com qualquer outro bebê. Nenhum outro seria o Antonio Pedro. O meu Antonio Pedro.

Bom, mais pra frente um pouco, surgiu um papo de que um irmãozinho ou irmãzinha seria muito positivo para te ajudar a se desenvolver mais rápido e melhor. A explicação é a de que um outro bebê ali crescendo do seu lado seria como um espelho para você se basear e imitar. Mamãe leu muito a respeito, conversou com nossos médicos e terapeutas e nenhum deles negou essa 'teoria'. Resultado: já que era para o seu bem, lá fui eu de novo voltar a querer outro pimpolho logo.

Mas, acho que a natureza é sábia e não mandou a cegonha pra gente. Digo isso porque rapidamente percebi que ainda não era a hora. Você ainda precisava/precisa muito de mim. Não seria nada bom ficar cansada, enjoada, com um barrigão... enquanto te levo pra lá e pra cá e passo o dia todo brincando com você com a minha coluna elástica e meus braços/apoio. Depois que o neném nascesse então... imagina como seria ter que dar de mamá pra ele de hora em hora... E você? E seu peitão? É, você ainda mama e muito, filhote. Seria uma maldade imensa tirar isso de você. Fora que você ainda não pegou mamadeira direito e bebe mal qualquer líquido que não seja o peito. Ou seja, o leitinho da mamãe ainda é essencial pro meu pacote.

E assim estamos atualmente. Mamãe desistiu do projeto Catarina (ou similares) pelo menos pelos próximos dois anos. Até lá, sou só sua, meu amor. E o peitão idem.

Mas... hoje, mais madura na condição de mãe e, principalmente, mais madura na condição de mãe do Antonio Pedro, esse menino especial que só, já não acho mais tão impossível assim amar outro ou outros bebês. Acho mesmo que coração de mãe é o que dizem por aí, um baita apartamento triplex com quatro vagas de garagem. Tem amor aqui para um batalhão. O que eu sinto por esse menino é realmente fora de sério, mas acho que cada um terá a sua história e vai me conquistar a sua maneira. O que eu sei hoje é que amo ser mãe e adoraria repetir a experiência. E vou. Assim que for possível. Sem atropelar as coisas. E com amor pra dar e vender.

Beijo, pacote!

Essa foto é para homenagear o seu controle de cabeça que está melhorando, filho!

5 comentários:

  1. A tempestade também serve para energizar a terra. E depois dela vem a bonança, com cheirinho de terra molhada, que faz a Natureza toda cantar. Bs.

    ResponderExcluir
  2. Oi, Adriana.
    Sinceramente, às vezes me impressiono com a sua coragem em expor as coisas aqui. Dá pra perceber fácil o quanto você é verdadeira...
    Acho que essa dúvida em relação ao segundo filho, se seremos capazes de amar igual etc, acontece com a maioria das mães, tendo filhos especiais ou não... aconteceu comigo. E agora estou grávida do segundo, e acredito que vou amá-lo igual sim, embora ainda seja um pouco estranho, pois sou uma eterna apaixonada pelo meu filhote número 1.
    Mas acho que toda criança merece ter pelo menos 1 irmão nessa vida. Afinal, um dia vamos ficar velhos... e eles vão se apoiar pela vida, dividir as alegrias, as dores, as preocupações de uma maneira única.
    Dou a maior força pro projeto Catarina. No seu tempo, claro.
    Bjs,
    Juliana.

    ResponderExcluir
  3. Oi, Adriana,
    Adorei o nome e dou a maior força para que ela venha logo!! Mesmo não podendo ajudar muito no dia-a-dia, fiquem sabendo que estão no meu pensamento e preces todos os dias, com muito amor e admiração. Amo vcs!!

    ResponderExcluir
  4. Amiga, essa dúvida em relação ao segundo quase todas as mulheres tem. Vc não leu o post que eu escrevi em homenagem a isso. Fui praticamente apedrejada. hahahahaha! Por considerar possível amar mais a Malu, que foi tão sonhada, planejada e esperada. Mas hoje, com 8 meses de gravidez, tenho certeza de que amarei o João exatamente do mesmo jeito que amo a Malu. Tb apoio um irmão ou irmã para o AP. Tudo no seu tempo. beijão

    ResponderExcluir
  5. Tudo muito bem dito Adriana. O lance é colocar na balança, e neste momento, um outro filho ia te consumir demais! Eu, como mãe de 2, vivi isso na carne. A gente fatalmente joga um pouco pra escanteio o 1º pra poder cuidar do pequenino que é tão frágil e que merece tanta atenção quanto o 1º teve quando nasceu. Um 2º filho agora ia privar o AP de uma mãe dedicada em tempo integral, e isso ainda é muito importante pra ele. Também dou a maior força pro projeto Catarina e tenha certeza que este sonho vai se realizar na hora certa!
    Beijo grande!

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito importante para nós!