Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Amar cansa



Pacote da minha vida, mamãe está cansada. Passei os dois últimos dias a mil. Tudo por amor. Amor a você.

Deixa eu explicar melhor: lembra quando há uns meses, lá no início, eu contei aqui como era angustiante processar tanta informação e correr atrás de tantas linhas de tratamento, terapias, apetrechos...? Então, entrei nessa de novo. Sem perceber.

Tudo começou porque encasquetei que seu controle de cabeça já foi melhor do que atualmente. Encasquetei não, atestei. Foi só ver vídeos antigos aqui do blog e até fotos de setembro mais ou menos.

Mãe sempre sabe, filho. Mãe sempre vê. O que quer e o que não quer. E, apesar de não achar nada estimulante considerar um possível retrocesso, prefiro encarar a possibilidade de frente. Só assim posso te ajudar melhor.

Bom, não há nada fechado ainda. Ainda vamos conversar com a tia Laís, com a tia Eliane, a tia Suzane... e eu mesma tenho algumas teorias.

São muitas: os anticonvulsivantes que com o uso contínuo e o aumento de dose, mesmo que devagar, podem estar te deixando mais hipotônico; o calor que derruba qualquer um, e ainda há o fato de você beber muito pouco líquido, o que poderia acarretar numa fraqueza frequente; o próprio volume de comida que você ingere, que também é pouco. Isso, conforme você está ficando mais velho e mais ativo, pode fazer diferença e também fazer com que você acabe sempre se sentindo mais fraquinho; o fato de você, finalmente, ter relaxado ombros e braços, fazendo com que você fique menos retezado ali em cima, mas, consequentemente, mais solto; seu próprio ganho de peso com o passar dos meses. Como se sua evolução motora não estivesse acompanhando seu crescimento. Aí, quanto mais pesado, mais difícil de se sustentar; ou, o pior dos cenários, seu período crítico em que quase morremos do coração com os espasmos descontrolados, que foi do meio de setembro ao meio de novembro, deixou uma marquinha aí, um retrocesso indesejado. Mas, filhote, ainda que seja isso, dos males, o menor.

Enfim, se você conhece sua mãe, e a essa altura já deve conhecer..., entende como não consegui ficar parada. Saí atrás de vídeos e fotos, como falei acima, e conversei bastante com seu pai, que é quem também te acompanha dia a dia. Resultado: com a confirmação da suspeita dele também, lá fui eu de novo pra internet atrás de pesquisas, informações, tratamentos, técnicas de fisioterapia... Entrei em crise. Como se você estivesse 'andando pra trás' debaixo do meu nariz e eu ainda não estava fazendo nada. Comecei a achar de novo que estávamos muito parados, que nos acomodamos, que eu não sabia de um monte de coisa que devia saber, que eu não fazia tudo o que podia com você, que estávamos fazendo pouco exercício em casa, usando poucos acessórios, balançando pouco... Uma loucura.

Ainda bem, desta vez, eu me 'recompus' mais rápido. Parei, respirei e disse a mim mesma: calma. Mas, a essa altura, já estava me sentindo exausta...

Bom, hoje acordei melhor. Descansamos mais um pouco, porque, ainda por cima, nesta semana você pegou estomatite e não pudemos fazer quase nada... Não fomos na fisio, nem natação e pouco saímos. Acho que essa clausura também colaborou um pouco para pirar o cabeção da mamãe aqui. Mas, como ia dizendo, acordamos melhor hoje. E estou tentando achar um equilíbrio entre essa ansiedade toda e o que realmente vá te fazer bem. Minha solução está sendo tirar apetrechos antigos do armário, brinquedos que não vemos há um tempo, papai vai colocar uma rede na varanda, comprei DVDs novos, tenho colocado músicas animadas... Uma espécie de sacudida aqui na rotina que tava ficando mesmo meio chata e repetitiva, com você só no chão e volta e meia, vendo televisão.

No próximo post, prometo colocar fotos desse nosso novo gás. Beijo da mamãe.

Um comentário:

  1. Oi Adriana, que bom que vc está se recuperando mais rápidamente das sua recaídas! E vc tomou a atitude certa, ou seja, sacudindo a poeira, pegando objetos antigos,mobilizando energia! Isso é ótimo para eles. Toda vez que pego um brinquedo antigo que eles não usam mais, eles passam a brincar como se fosse a 1ª vez...e brincam de outra forma...e há sempre um ganho com isso! Parece que eles esquecem que um dia já entraram em contato com aquilo e aproveitam bastante! Muito legal!

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