Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



quarta-feira, 20 de julho de 2011

Você tem medo de quê?

Antonio, não me considero uma pessoa medrosa. Não uma medrosa convencional, pelo menos. Não tenho medo de altura, nem do escuro, nem de filme de terror, nem de bichos e insetos... Nojo de barata não conta.

Meus medos sempre foram mais do campo psicológico e emocional. Medo dos meus pais não voltarem pra casa após uma festa em que me deixaram em casa com a babá; medo de alguém acabar descobrindo um segredo de que eu não me orgulhava; medo de não passar em alguma prova; medo de perder algum amigo por bobagem...

Mas quando a gente vira 'mãe', qualquer medo perde imediatamente a importância diante de um medo maior e que pode ser resumido de maneira muito simples: medo de que algo de ruim aconteça com nosso(s) filho(s). E, esse, Antoninho, é o pior de todos os medos.

Por que eu estou tocando nesse assunto? Porque assim que eu contei que eu estava grávida, imediatamente senti um arrastão de olhares estarrecidos e inquisidores. Por trás do que todo mundo não conseguiu dizer, eu consegui ler claramente: 'mas você não tem medo?'

Medo de que algo dê errado de novo. É isso o que passou pela cabeça de quem não conseguiu perguntar.

Bom, para facilitar a vida, decidi responder. Se eu tenho medo? Não. Juro. Mas, se eu penso nisso? Claro. Qual a diferença? A diferença é que escolhi não ter medo. Assim como não passei a gravidez do Antonio pensando no que podia dar errado, não vou esquentar a cabeça nessa também. A não ser que algo de concreto aconteça pra isso. Mas se tudo for indo bem, minha escolha é ir seguindo em frente bem. Até porque não faria a menor diferença, não é verdade?

Aliás, minto. Acho que faria. Como acredito piamente em energia, acho que se eu passasse a gravidez toda com uma nuvem cinza na cabeça, essa nuvem iria estar presente lá no momento do parto. E ajudar não ia, certo?

O engraçado é que sou uma das pessoas mais encasquetadas que há. É difícil tirar algo da minha cabeça. Não é raro eu ficar batento insistentemente na mesma tecla, sem conseguir sair do lugar. Então, como é que eu estou conseguindo me comportar diferente agora?

De novo, por escolha. Nunca fiz uma escolha tão consciente na vida. E, olha, juro que eu acho que nós temos o poder pra isso. Para escolher não se estressar; escolher não ficar de mau-humor; escolher não levar tudo tão a sério; escolher não ter medo antes da hora ou sem necessidade. Pode parecer papo de livro de auto-ajuda, mas é por aí mesmo. Acho parte aí da palavra, o 'auto', poderoso. Porque acho sempre que somos nós os primeiros a ser os responsáveis pelo que acontece na nossa vida.

Na única vez em que passei um período frequentando o consultório de uma psicóloga - e isso faz muitos anos... - apesar do tratamento em si não ter sido muito eficiente, uma coisa que ela me disse faz toda a diferença.

Pra explicar, terei que contar um pouquinho do que me afligia na época. Fui uma das muitas pessoas que foi acometida por crises de pânico ou ansiedade - ainda não sei bem a diferença - e sentia coisas físicas e psicológicas horrorosas como tremedeiras, dor no peito, angustia, sensação de que eu ia morrer etc etc etc. Volta e meia, eu dava uma fugida para alguma cachoeira ou qualquer lugar no meio do mato que me trouxesse paz e isso fazia eu melhorar muito. Aí, eu falei para a minha psicológa um dia: eu só consigo ficar bem atualmente quando estou em um desses lugares. E aí, ela disse que, por mais que o local ajudasse e influenciasse o meu estado de espírito, a paz alcançada era mérito meu e não do lugar. E que isso, por si só, já provava que eu era capaz de vencer o que me aterrorizava. O desafio era fazer do meu dia-a-dia uma cachoeira ou um gramado com passarinhos.

Claro que não é tão simples assim. Aliás, não é nada simples. E na época em que ela falou não adiantou porra nenhuma. A não ser para eu ficar com raiva dela e sair de lá com a certeza de que aquilo não me levaria a lugar nenhum.

Foi preciso que o tempo passasse e que muitas outras coisas acontecessem na minha vida até eu acreditar tanto assim no meu taco. Pois bem, hoje eu acredito. E, graças a isso, sou capaz de não me abater facilmente. Depois de muito tempo sendo fraca em épocas da minha vida em que pouca coisa realmente grave aconteceu, fui me transformando em uma pessoa forte, após encarar situações onde o buraco era mais embaixo...

E assim estou. Cascuda e confiante. E, também tem uma coisa - antes até daquela história de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar - EU MEREÇO que tudo dê certo, não é não?! Então, que não seja nem tanto por sorte, mas por mérito! Que venha meu segundo pimpolho! Enquanto isso, curtam o primeiro, numa foto fresquinha.

6 comentários:

  1. É isso aí, Adriana.
    Força e fé, e tudo dará certo.
    Não importa o que as pessoas pensam, e sim o que você sente e carrega no seu coração.
    O novo baby trará tantas alegrias quanto os lindos sorrisos do AP e sua incrível evolução .
    Saúde pra vcs e que você tenha uma gestação tranquila.
    Beijos

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  2. Óbviooooo amiga! Isso nem passou pela minha cabeça! É claro que vai dar tudo certo.
    Não tenho a menor dúvida.
    Todos vocês merecem!!!!
    beijão

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  3. Oi, Adriana, A Flávia aí em cima que é muito mais assídua no seu blog que eu, que me contou da gravidez, que já espalhei pela população de Florianópolis. Parabéns a vocês três pelo novo(a) integrante que vem por aí! O Natal está ficando cada vez mais alegre. Beijo, Luiz

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  4. Claro que vai dar tudo certo!

    A foto do Antonio está linda.

    Bjs!!

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  5. Dri, com certeza vai dar tudo certo!!! Beijos e saudades

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