Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



sábado, 16 de outubro de 2010

Jóia Rara

E, aí, meu bebê... Olha, se a mamãe não morrer do coração com os sustos que você me dá, sei não... mas acho que poderei me considerar imortal. É, pacote, mais um. Na verdade, o mesmo, de novo. Só que desta vez eu estava sozinha e foi mais forte.

Estávamos nós felizes e contentes trocando sua fraldoca quando você começa com um chorinho manhoso. Pego você no colo e te sinto meio molenga. Sento na bola pra começar a te dar papá e... 'pum', sou tomada por uma onda de pavor e desespero ao te ver mais uma vez com os olhinhos fechando, a cabeça tombando e os braços e pernas totalmente inertes, como os de uma marionete. Eu te colocava empezinho em cima de mim e as suas perninhas pareciam gelatina...

Reconhecendo no ato o mesmo pirepaque da outra vez, não sei como, mas criei milhões de mãos e, quase ao mesmo tempo, usei os dois celulares e mais o telefone fixo para ligar para o pediatra, a sua neuro, seu papai, sua vovó e a central de táxis. A cada tentativa frustrada, mamãe ia trocando de aparelhos e números, num revezamento que poderia muito bem bater o récorde de ligações a jato.

A essa altura, você ia e vinha. Não foi como da outra vez que eu te coloquei no peito e você foi se recuperando. Você nem estava conseguindo pegar o peito direito de tão grogue. Pra mim, o desmaio aconteceria a qualquer momento e eu corria contra o tempo para achar alguém que pudesse me dar alguma instrução válida. O primeiro que eu consegui achar foi seu pai que me mandou correr para o Jofre, mas como eu não estava conseguindo falar com ele, disse que ia de táxi para o Copa Dor e que ele me encontrasse lá. Depois, consegui catar sua vovó para ir com a gente. Ainda bem, inclusive, porque mamãe não tinha um puto pra pagar o táxi... Nesse meio tempo, inacreditavelmente, o tio Jofre atendeu e falou para a gente ir pro consultório dele mesmo. E no caminho para lá, achei a tia Laís! Eu merecia um prêmio pela minha caça bem-sucedida. Liguei até para a terceira geração de secretárias e adjacências até conseguir achar todo mundo.

Resultado: quando o tio Jofre te examinou, você já estava bem e ao conversar com mais calma com a tia Laís, o veredicto foi de que o evento foi mesmo uma reação ao Depakote Sprinkle. Uma reação rara, do tipo que dá em um de um milhão... Onde já se viu, pacotinho, ter reação raríssima a um remédio?! Tu quer mesmo matar a mamãe do coração, filhote?

Continuando, essa tal reação rara é uma espécie de hipoatividade geral. Por isso, a moleza toda. Segundo a tia Laís, ela, com anos e anos de estrada, só teve um único paciente que apresentou o mesmo quadro e depois de pesquisar bastante e achar um artigo de epilepsia numa revista gringa, ficou provado que era mesmo uma reação adversa ao Depakote. Na verdade, ao divalproato de sódio, o princípio ativo. É mole ou quer mais, pequeno?

E agora? Agora, a gente vai trocar de remédio. Aos poucos, porque não se pode parar abruptamente com essas drogas mais pesadas. Vamos ter que ir 'desmamando' um e inserindo o outro. Primeiro só uma dose e depois duas, como foi quando começamos o Depakote. Nosso novo companheiro de caminhada é o Sabril que, puta que paril, custa R$ 200,00, enquanto o outro custava R$ 17,00... É bom tu se dar melhor mesmo com esse, hein, moleque!

Mamãe tá brincando, mas tô torcendo muito mesmo para que a gente se entenda com o novo remédio. Esse período todo de adaptação à medicação tem sido muito cansativo. Mamãe vive tensa, preocupada, cansada, sabe? Olho pra sua carinha e fico pensando em como eu queria poder transferir todos os seus problemas pra mim. Juro que se eu pudesse ficava mamulenga e trimilequenta no seu lugar. Nem pestanejaria se houvesse essa possibilidade. E, assim, vou entendendo cada vez mais o que me diziam sobre o que é ser mãe...

A quem interessar, segue o endereço do site oficial do Sabril. Lá tem esclarecimentos e depoimentos sobre quem fez, quem usa e quem pesquisa sobre o remédio. http://www.sabril.net

E você sossega, hein, seu sem vergonha.

6 comentários:

  1. Poxa,que droga outro susto! E que bom que vc é safa o bastante para contornar situações difíceis!Parabéns pela rapidez! Estamos, como sempre, na torcida para que o quanto antes o Cenoura se adapte ao remédio! beijo!
    PS: Como ele tá enorme na foto!Muito lindão!

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  2. Minha filha
    Se Deus quizer esse remédio vai dar certo. E, pacotinho, vê se dá uma folga e para de matar a mamãe e a vovó de susto!
    Nana, adorei a foto, êle está cada vez mais lindo!!! Bj.

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  3. Aff Maria, essa foi demais hein! Toda vez que a Malu fica doente tb gostaria de transferir tudo pra mim, é péssimo!
    Nessa foto ele está giga! Beijos

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  4. Caramba! Mas que bom que o lance é efeito do remédio e não um piri-paque dele! Isso é ótimo! Pior se fosse de sua cabecinha!
    Esse menino não dá mole não hein? Gosta de emoção! Quando o negócio fica meio monótono ele logo dá um jeito de animar!
    Parabéns pelo coração forte Adriana!

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  5. Acho que é sinal de que o pacotinho tem sensibilidade especial às medicações, o que pede ainda mais empenho da intuição da mãezona, principalmente aguçada na leitura dos colaterais. Bs.

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  6. Meu pajem preferido!!
    Não vejo a hora de ver você de terninho no meu casamento!! Tenho certeza de que você vai arrebentar no altar. Fique bonzinho com a sua mamãe.
    Beijos da tia Deca

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