Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Até que Ponto

Ôpa, mamãe deu uma sumida rápida aqui do seu blog, filho, mas foi por uma boa causa. É que viajamos no feriado. Assim, como uma família normal. E é disso que mamãe vai falar hoje. Da importância de ser, ou de tentar ser normal.

Não se trata de esconder a verdade ou de fingir que não temos dificuldades um pouco maiores, mas sim de não esquecer de aproveitar as coisas boas da vida. Tô falando isso porque imagino que seja comum e até compreensível que quem tenha uma criança que demanda mais cuidados, acabe deixando de fazer muitas coisas.

Mas mamãe e papai aqui ainda não caíram nesse buraco. Desde que você nasceu, foi automaticamente inserido na nossa vida social, digamos assim. Nunca te escondemos, nunca te evitamos ou fomos evitados e sempre tivemos muito prazer em passear com você e te mostrar aos outros.

Eu sei que cada caso é um caso e que há casos em que é realmente muito difícil fazer isso. Por logística, por cansaço, por tristeza, por medo da reação alheia... Eu sei. E entendo.

Mas no nosso caso específico isso tem sido possível e muito, muito, muito curtido. Papai e mamãe adoram viajar. Com você, já demos várias escapadas para a Serra e uma fugida mais longa até a Fragrária, onde fez o maior frio que você já pegou até hoje...




Tadinho, nunca te colocamos tão empacotado. Você tinha sete meses e adorou o ar-livre.

Aliás, sempre adora. Parece que você puxou à mamãe e ama estar na natureza, na água, no meio do mato. Que bom! Nasceu na família certa. Papai é outro que não vê a hora de te levar pra velejar e fazer umas trilhas off road por aí.

Bem, neste feriado, nós fomos a Angra, pra casa do primo Luiz, da prima Claudia e da priminha Isa. O tempo não tava lá essas coisas, mas ainda assim você aproveitou a grama, o ar puro e até o vento frio na lancha. E mamãe e papai puderam conversar e se distrair com os amigos. Isso é muito importante pra que a nossa cabeça aqui consiga dar uma arejada do dia a dia meio pesado que vivemos. Não só em função de você, mas também das outras chatices dos adultos mesmo.














E, oh, filhote, você se comportou muitíssimo bem. Dormiu várias vezes sozinho no quarto lá em cima, ficou bonitinho com a santa Catarina - a moça que trabalha lá - pra mamãe poder tomar café e almoçar e foi o simpaticão de sempre. Só encrencou na comida. Realmente ainda é muito difícil fazer você comer fora de casa, longe da sua TV, do DVD do Baby Einstein e das palhaçadas da vovó. Comeu mal lá. Ficou só a base de peito praticamente.

Mas... e é aí que eu queria chegar. Até que ponto a sua dificuldade pra comer é devido ao seu problema motor? E se for mais uma característica sua mesmo? Tudo bem, há motivos suficientes para que você ainda não coordene bem os movimentos de mastigação e deglutição, mas e se você também não estiver fazendo muita força pra isso porque não curte ainda comer? O que explicaria sua total desenvoltura no peito? Afinal, lá você respira, suga e deglute numa cadência perfeita.

Sabe, nesse nosso mundo 'especial', tenho medo que haja uma tendência a se justificar todas as dificuldades relacionando-as com a condição diferente dos nossos filhos. E tenho mais receio ainda de que a gente mesmo passe a acreditar cegamente nisso. E que isso seja mais um balde de água fria em meio a tantas notícias e verdades já nada agradáveis de se conviver.

Enfim, acho que nós, mães tão especiais, devemos nos dar ao luxo da dúvida. E em vez de na roda da pracinha falar dos problemas dos nossos filhos como se eles sempre fizessem parte de um quadro fechado, nos permitir fazer comentários soltos sobre, por exemplo, o fato dele ser ruim de comer que Deus me livre!

E do mesmo jeito que ser uma criança difícil de comer pode ser 'apenas normal', viajar com o filhote estragadinho também não precisa ser - apesar de ser muito -'especial'.

Beijo no narigo, Antonio Pedro.

5 comentários:

  1. - Nana, você está certíssima! Tem mais é que aproveitar a parte boa da vida sempre que possível! Viajar é muito bom e o contato com a natureza recarrega as baterias!
    - Que fofa a sua foto todo empacotado AP! Mais uma para a coleção da dinda!
    Se servir de consolo, a dinda aqui era uma tristeza para comer! Todo mundo diz que a hora de me dar comida era insuportável! Até hoje sou meio ruim. Há quem não acredite nisso e me chame de come-come (é um joguinho eletrônico que nós vamos jogar um dia) mas a família toda sabe que não sou muito boa de garfo mesmo! Olha o lado bom você vai ser saradão rsrsrs e atrair todas as gatinhas!

    Beijo da dinda!

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  2. Acho tudo correto e inclusive um exemplo para outros. O restabelecimento é certo, e sua correção e brevidade dependem justamente dessa atenta e equilibrada, sem acelerar nem frear e sim acompanhando a Natureza. Bs.

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  3. Adriana! Imagina! Meu filho tem 3 anos e até hoje preciso ler uns 2 livrinhos com ele na hora das refeições. Qd ele era pequenino, a gente tinha que distrair o fugira com um brinquedo! Criança não querer comer é NORMAL! Ainda mais fora de casa, num ambiente estranho, com mil coisas distraindo a pessoa... que isso. Todas as mães do mundo passam por isso! :)
    Bjs em vcs! Sucesso sempre! AP cada dia mais lindo!

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  4. Que menino mais chique! Adorei as fotos! bjos Sil e Nuno

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  5. Caramba AP, vc tá muito galã nessa lancha cara! Tirando maior onda, hein? O modelito de frio de meses atrás também te deixou mais irresistível do que nunca! Ôh bebê bonito!
    Vê se come rapaz!
    Beijosssssss

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