Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



quarta-feira, 18 de abril de 2012

Até Logo

- Vou te dar um beijinho rápido porque eu não gosto de despedidas.

- Nem eu.

Esse foi meu diálogo hoje com a tia Tina, filho, sua fono velha de guerra. Ela não quis muito auê na despedida porque certamente iria valorizar um momento difícil pra nós todos.

Bem, despedida por quê? Porque a gente vai mudar de casa e vai pra longe. Então, vai ficar inviável vir à Botafogo toda semana... Pena. Porque a Tina é uma das pessoas a quem mais devemos agradecimentos e com certeza uma das tias que mais se apegou a você.

Já passamos por isso outras vezes ao deixarmos a tia Bárbara, sua primeira fisio; a tia Eliane; a tia Alê... mas a tia Tina, como ela sempre fez questão de dizer, te conheceu primeiro. E tem mesmo mais história com a gente.

São tantas... nunca vou me esquecer da primeira vez que ela te fez mamar na chuca na UTI quando nós já estávamos desesperados, achando que você não ia conseguir jamais. E outras vezes, lá mesmo na Perinatal, em que ela conseguia fazer você beber toda a mamadeira, quando as enfermeiras e eu não conseguíamos nem 10ml. Foi lá que aprendi a te dar chuca balançando pra 'organizar', palavra aliás que ganhou todo um outro significado com a entrada da Tina em nossas vidas.

Dar papinha com o dedo; sentada na bolona pulando; com a colher alemã! Foram tantos ensinamentos, tantas tentativas, tantas comemorações. Sua evolução no balanço de patinho que ela nos emprestou foi o primeiro vídeo de progresso que postei aqui. E foram tantos empréstimos.... Uma doação de tempo, de carinho, de esperança que ficará pra sempre guardados na nossa memória.

Foi ela quem abriu os olhos para os seus espasmos que mais tarde se confirmaram de fundo convulsivo. Graças a insistência dela, que no início a mamãe até se zangou, conseguimos pegar a coisa no começo e tratar logo. Ela fez questão de alertar a tia Laís mais de uma vez e só por causa disso fizemos várias repetições de eletros que não davam nada até que deu alguma coisa. Como seria se a gente tivesse deixado rolar...

Foi ela quem também nos auxiliou pós-gastro, quando ninguém nos tinnha dito um monte de coisas vitais. Ela que conseguiu um horário para um exame importante pré-cirurgico que estava atravancando sua gastrostomia. Enfim, não esqueço. De nada. Tina sempre foi um porto-seguro pra quem liguei tantas vezes no perrengue. E pra quem com certeza continuarei ligando, continuarei contando.

Não tenho vontade nenhuma de perder contato, de deixar de dar notícias para essa, mais do que profissional, amiga que sempre esteve ao nosso lado.

Hoje foi nossa última sessão oficial de fono com ela, pelo menos por enquanto. Mas tenho certeza de que a tia Tina não vai sair assim tão fácil das nossas vidas.

Tina, obrigada. De verdade. A gente aparece.



Um comentário:

  1. Vixe Adri, chega me emocionei. Ja tive que passar por isso tbm e vc soube descrever o valor que as mais que profissionais tem pra nós.
    bjs grandes

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