Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pacotinho e Pacotão

Pacotinho, hoje eu quero falar sobre a sua bisa. Aliás, você é uma criança muito sortuda que tem DUAS! bisas. Uma mora láááááá longe, em Portugal, e você ainda não conhece. Chama 'vó Cândida'. E a outra mora aqui mesmo, bem pertinho da gente. O nome dela é 'vovó' Ignez, mas mamãe a apalidou carinhosamente de Pacotão, em alusão a você, meu amado pacotinho.



É que, que nem você, a bisa está num intensivão de fisioterapia para, no caso dela, voltar a andar sozinha. Mais ou menos na mesma época em que você nasceu, ela começou a ter problemas para andar: fraqueza nas pernas, falta de equilíbrio, enfim, falta de controle dos membros inferiores. Como se o cérebro dela desse o comando e as pernas não obedecessem... Pra bisa, o maior problema são as pernas. Pra você, os braços e o tronco é que estão dando mais trabalho. Mas os dois precisam de muito exercício, muita força de vontade e muito carinho de todos em volta.

Graças a Deus, ainda em comum, pacotinho e pacotão têm uma alegria de viver que são essenciais nessa batalha. Enquanto você distribui sorrisos a torto e a direito, a bisa não economiza nas gargalhadas e é a primeira a fazer piada dela mesma. Incrível. Ontem mesmo, a gente foi visitá-la e ela nos contou passando mal de rir de quando ela foi tomar banho outro dia e acabou escorregando devargazinho, porque estava toda bisuntada de hidratante, até ficar sentada no box e ficar lá um tempão sambando pra lá e pra cá, até conseguir se apoiar nas barras e subir de volta. Segundo ela, parecia uma baleia ensaboada deslizando de um lado pro outro, rindo. Sim, durante o processo, diz ela que ficou se escangalhando de rir até parar e colocar a cabeça pra funcionar. Foi quando ela teve a ideia de ajoelhar e ir se apoiando nas barras.

Essa, pacotinho, é uma das maiores lições de vida que você pode e deve aprender: rir de si mesmo. Sua bisa sempre se comportou dessa forma e não é à toa que hoje está aí, com quase 82 anos e apenas uma falta de óleo nas engrenagens. Nem uma doencinha mais grave sequer... E olha que a vida dela não foi moleza, hein. Trabalhadora dura na queda até se aposentar da Companhia ferroviária, mãe de duas filhas, cozinheira de mão cheia desde sempre e avózona, daquelas que valem mais que mil babás. Ela ajudou a criar, um por um, todos os netos. Começando pela mamãe, a preferida e mais velha..., passando pela prima Teb e pela dinda Taty,










até o Delano, o mais novo e mais bonito. Isso até aparecer o meu pacotinho, para destronar o, até então, único homem do pedaço. O próprio Delano já se rendeu a você e também foi cativado por essa sua presença de espírito fenomenal. Tá louco para te pegar pelo braço e te mostrar as coisas boas e belas da vida.









A sua vovó, mãe da mamãe, já tinha observado bem aqui num comentário sobre quando mamãe falou que não sabia de quem você tinha puxado esse carisma todo, que a origem era justamente a sua bisa. Ela está coberta de razão.

Beijo no pacotinho e no pacotão.

3 comentários:

  1. Tantas forças amorosas em ação junto com a dele, em especial a do grande pacotão, pessoa maravilhosa que sempre foi, e não poderia dar em outra a recuperação que vai firme! Bs tio Dedé.

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  2. Que lindo encontro de gerações! Um tem muito que aprender com o outro!Também vivo esta felicidade com minha vó e meus filhos! Privilégio de poucos! Parabéns pela família!

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  3. Antonio Pedro,
    cheguei sem querer aqui no seu blog, mas me encantei com você e sua história! Sou mamãe de um menino de 1 ano e 2 meses, lindo como você. E hoje à noite rezamos juntos pra você, pela sua recuperação e pela sua família! Temos certeza de que vai dar tudo certo!
    Beijos, tia Pat e Felipinho

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