Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



terça-feira, 30 de abril de 2013

Hora do Lanche, essa hora tão...

...não diria infeliz, mas dá pra dizer difícil.

É, filho, você tem fases em que aceita mais as coisas pela boca, outras menos, mas decididamente estamos bem longe de vislumbrar quando ficaremos livres da gastro.

Aliás, tem tempo que não falo de gastrostomia aqui. Não por nenhuma vergonha ou tabu, mas porque ela realmente entrou na nossa rotina e é algo totalmente integrado a nossas vidas. Às vezes, acho que até demais. No sentido em que nos acomodamos um pouco.

Afinal, é tão fácil... quem tem filho sem gastro e tem horror só de ouvir essa palavra, deve me achar uma louca. Mas não sou não. É que tremo de medo até hoje ao lembrar dos nossos dias antes da cirurgia em que você não comia absolutamente nada e eu não tinha como te alimentar.

Hoje, você está não só alimentado, mas super bem alimentado, todos os dias. E isso representou e representa um ganho tão grande de tanta coisa, que não tenho como não ser eternamente grata a essa solução possível para crianças que, como você, não deram conta de comer sozinhas.

A questão da comodidade acaba acontecendo mesmo, não tenho porque mentir, pura e simplesmente porque temos tanto a fazer, tanto pra trabalhar, pra estimular que fica meio sem sentido "perder" horas preciosas tentando algo que ainda é muito sofrido e com uma qualidade muito precária.

O que é um paradoxo também, eu sei. Pois suas chances de melhora só virão com treino e mais treino de forma incansável.

Pode ser. Mas eu ainda estou me dando esse luxo de deixar a coisa correr meio frouxa para gastar nossas energias em outras coisas onde seus progressos são visíveis e dignos de comemoração. E, olha, minha estratégia não é assim tão doida porque como tudo está relacionado e quanto mais você melhorar de forma global, o todo caminha na mesma direção, se estivermos trabalhando com foco no seu cognitivo, por exemplo, indiretamente estamos nos esforçando para um dia a gastro ir embora.

Não é? Se você crescer cada vez mais esperto e ganhar maturidade para entender melhor as coisas, acredito que chegará o dia em que com muita conversa e um esforço seu de forma mais consciente, a alimentação oral vai melhorar.

Mas não tenho pressa. E acho que esse é meu pulo do gato para lidar tão bem com o fato do meu filhote lindo ter um botton na barriga. Juro que nem penso nisso. Em quando ou se você vai voltar a comer pela boca.

Veja bem, não deixamos de frequentar uma fono - alô tia Marcia querida! - e nem de estimular e oferecer coisas via oral sempre, mas não me importo com quantidades e não forço a barra nunca. Pra falar francamente, o que você ingere hoje são migalhas e pequenos goles. Mas já foram menos migalhas do que conseguimos atualmente. Ou seja, os progressos estão acontecendo. Só que esse é o quesito mais lento e irregular da sua recuperação. Sem dúvida.

Mas isso não impede de virmos aqui falar de coisas legais nessa área. E o que quero falar hoje é que até nisso a escola tem sido super positiva na sua vida. É que lá, claro, existe uma rotina da hora do lanche. E nesse momento, você vê todos os seus amiguinhos comendo. E o que pude perceber e a tia Sabrina me conta é que, assim, você se interessa mais pelos alimentos. No geral, biscoitos. Que é o que tenho mandado na merendeira porque é o que você come mais fácil e engasga menos. A tia Sabrina falou até que acontece um troca-troca divertido em sala e um monte de amiguinhos vai lá dar o lanche deles pra você provar.

Provar. Essa é nossa palavra. Não estou preocupada se você vai comer efetivamente. Mas faço questão que você experimente pedacinhos a todo momento. Assim, acredito estar te apresentando - ou fazendo você não esquecer - que existem gostos, cheiros, texturas... E isso já é uma grande coisa!

adoro esse potinho de guardar biscoitos da Munchkin! é um ótimo exercício motor pra mão e sensorial tb porque a textura da tampa é meio gelatina. Essa mamadeira azul da Man tb é ótima pq a criança n precisa fazer força pra puxar o líquido. Ao virá-la, a água sai.

Olha aí a sorridente tia Sabrina.

Um comentário:

  1. Nossa Adriana, me vi nas suas palavras. A gastro entra mesmo na rotina, acabamos acomodados e agradecidos por ela existir, principalmente naqueles momentos de crise nos quais todas as crianças param de comer e na escolha dos alimentos e combinações...aqui em casa tá a mesma coisa, não forçamos a Helena e apesar da fono continuar esta não é, nem de longe a nossa prioridade. Espero tbe que quando ela entrar na escola se interesse pelo lanche dos coleguinhas e acabe querendo, por vontade própria, experimentar...

    bjos

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