Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



sábado, 13 de novembro de 2010

Espaço

Bom, primeiro de tudo filho, quero agradecer em seu nome e no meu por todos que lembraram carinhosamente do seu aniversário. Foram muitas ligações, mensagens, presentes e visitas. Você é extremamente popular, pacotinho. Fiquei surpresa e feliz!

Brigada também por todos os comentários e e-mails que tenho recebido com palavras de apoio. Leio todinhas e só não respondo uma por uma porque nem sempre conheço a pessoa e tenho um endereço de e-mail válido para responder. Mas agradeço do fundo do coração. Me ajuda muito. De verdade.

E agora, ao recado que o meu coração quer dar hoje: estou precisando de espaço.

Nosso momento ainda está muito delicado, filhote, e a sensação da mamãe é a de que estou me segurando por um fiapinho de nada, prestes a se romper. Como sei, sabemos, que não posso cair de jeito nenhum, meu esforço tem sido somente o de resistir. O de não deixar a corda arrebentar.

E, pra isso, preciso de todas as minhas energias. Ou seja, não sobra nadica de nada para nenhuma outra tarefa. Incluindo, principalmente, a de lidar com a expectativa alheia. Não dá. Não posso. Não consigo. E iria me sugar ainda mais.

Por isso, hoje estou aqui meio que pedindo a compreensão de todo mundo, desde a do seu papai, passando pela da vovó e de todos os nossos outros familiares e amigos, para que tentem entender esse meu momento 'meio out'.

Sei que todos se preocupam e agradeço de coração o carinho, as rezas, os pensamentos positivos. Por favor, continuem! O que estou querendo dizer é apenas para não exigirem muito de mim na parte prática mesmo da coisa. Com perguntas, com ligações excessivas, e-mails, visitas, pedindo notícias...

É que já está tão exaustivo lidar com essa gangorra de 'melhora/ piora' no dia-a-dia que se eu ainda tiver que fazer relatório e falar sobre isso, meu medo é que eu desabe. A cada vez que conto um fracasso, é como se ele montasse em cima de mim, dificultando minha vontade de acreditar que tudo vai ficar bem um dia.

Quero espantar nossos fantasmas, não falar deles.

Juro que vou tentando, a medida do possível, estar sempre dando notícias aqui pelo blog e, claro, falando sempre com os mais chegados. Mas peço para que seja eu a tomar a iniciativa e não eu a ser a 'encurralada'.

É tão cansativo... são tantos detalhes, tantas hipóteses, tantos riscos, tantas mudanças... que nem se eu quisesse, daria conta de manter sempre todo mundo informado.

Mas, acreditem, eu sei que tem muita gente torcendo por nós e isso, por si só, já é uma presença fortíssima aqui em nossas vidas. Mais uma vez, obrigada. A todos.

Acredito, do fundo do coração, que as coisas vão melhorar e que eu poderei voltar a sorrir mais do que sustentar minha atual cara de preocupação permanente, mas até lá, preciso ficar quietinha, na minha conchinha protetora, onde tenho a ilusão de poder proteger meu filhinho de todas as coisas horrorosas que têm nos ameaçado. Essa ilusão é muito poderosa porque é feita de fé e amor, minhas únicas armas no momento. Mas como são armas de mãe, ainda acredito que são capazes de tudo.

Prometo que assim que as coisas acalmarem, tento explicar melhor o que está acontecendo exatamente. Mas basicamente é a mesma luta contra os espasmos. Os remédios não têm sido totalmente eficazes e ele volta e meia tem recaídas, algumas muito fortes e assustadoras. E o problema todo é que, se não conseguirmos controlar essa porcaria, na pior das hipóteses, Antonio Pedro começaria a regredir tanto motora como cognitivamente. Mas isso não vai acontecer. E é pra isso que devemos rezar.

beijo da mamãe, pacotinho. E outro grande pra todos que nos lêem.

5 comentários:

  1. Dri, estamos aqui sempre, mesmo que de longe, torcendo, rezando, pedindo muito que o nosso cenourinha se adapte aos remédios e que tudo se ajeite o quanto antes. O momento agora é só de vcs e todos irão compreender com certeza! A nossa compreensão vc terá sempre. Um beijo cheio de carinho! Take care!

    ResponderExcluir
  2. Claro que entendemos! Pode ter certeza de que toda noite, quando peço pela Malu (e pelo João que estão a caminho) tb peço pelo AP.
    Se nesse momento o que te segura é a fé e o amor por ele, se apegue a isso com todas as suas forças porque vai te ajudar. Se precisar de alguma coisa é só falar. Beijão

    ResponderExcluir
  3. Nós em relação a essa mãe guerreira temos que ser como ela quanto a esse desenvolvimento difícil mas certo: tocar o barco sem ansiedades, atentos aos toques, para aí participar ou agir, nessa harmonia que evita estressar.

    Não há mal que dure para sempre e o tempo é relativo. Concentremo-nos no lado bom e o ruim incomodará e parecerá durar menos.

    Bs.

    ResponderExcluir
  4. Querida Adriana,fique bem! Para os que te acompanham, o importante eh vcs estarem bem. Vamos continuar aqui na torcida de sempre.Vc sabe que qq. coisa eh so gritar que com certeza vem um batalhao de gente pra ficar junto de vcs!
    Um beijo grande!

    ResponderExcluir
  5. Adriana,
    Li todos os seus posts, pra entender melhor o caso do AP. E descobri que não sou tãaao desconhecida! :) Estudei com o Cesar e com o Jander, na UFRJ. Meu nome é Patrícia Mirândola (não sei se o Cesar vai se lembrar de mim). Eu é que me identifico como a mãe do Felipe, em outros posts anteriores...
    Bem, com relação a esse seu post, é lógico que todos entendem! E todos que te acompanham nesse seu cantinho querem o melhor pra vc e pro AP! DE VERDADE! Se o melhor pra vcs, nessa hora, é isso, vc está certa, lógico!!!!
    Um beijo muito carinhoso, muita paz pra vcs nesse momento, desejando que o AP fique fortão e MUITO bem! Pq eu não o conheço, mas tenho um carinho enorme por ele!!!! :)

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito importante para nós!