Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pedindo Penico

Olha eu aqui outra vez! Vim pra falar sobre um momento que estamos vivendo. Um momento do desenvolvimento e da rotina da sua irmã Marina, mas que tem me incentivado a tentar inserir você na dança. Ou melhor, no vaso!

Não é de hoje que o assunto "sair da fralda" ronda a minha cabeça. Pensei nele em períodos distintos e nunca com muito empenho ou com muita certeza de que era possível ou de que seria a hora. Mas era uma coisa que volta e meia estava ali, "me cutucando".

Das primeiras vezes, o tema vinha nos meus pensamentos em forma de preocupação precoce. "Será que um dia o Antonio vai sair da fralda?", "Quando?", "Como?". Acho que até por essa angustia, eu acabava deixando pra lá, escorada na 'desculpa' de que ainda era cedo pra pensar nisso.

Bom, o tempo foi passando e você foi crescendo. Mas, muito também por ter sido meu primeiro filho, eu não tinha experiência nesse quesito e nem muita noção de em que idade isso acontecia normalmente, nem de como era o processo, no que tínhamos que reparar, quais eram os sinais etc.

Hoje essa experiência existe em nossa casa. Porque sua irmã a está vivendo. E através da Marina eu estou aprendendo como a coisa acontece. Claro que com ela é mais fácil, pois a própria criança sinaliza verbalmente e mostra interesse motor em fazer xixi e cocô no penico ou no vaso. Mas existem outras variáveis pra se prestar atenção como o fato de checar por quanto tempo a fralda fica seca, pra ver se a criança já segura mais o xixi.

Enfim, o fato é que obviamente com a Marina saindo da fralda, voltei a pensar em como e se a gente consegue fazer o mesmo com você. Sem pressa, com expectativas e táticas diferentes, mas pegando carona aí no momento que pode nos ajudar.

Pode ajudar porque você acompanha, você a vê indo ao penico, você a escuta pedindo pra ir ao banheiro e vejo que isso chama sua atenção. Então, comecei a tentar fazer com que esse interesse, à princípio só curioso, passasse a ficar mais ativo. Comecei a falar com você sobre o assunto. A parabenizá-la na sua frente para despertar sua vontade de também ganhar os parabéns. Comprei cuecas de personagens que você gosta e ponho mesmo por cima da fralda.

Nada com muita regra e nem com muita pressão. Estou indo devagar. Quero "te apresentar" esse hábito e junto com você descobrir como e qual a melhor maneira de chegarmos ao fim da etapa.

A Marina está indo bem e rápido. A parceria da escola, no caso dela, ajuda. Não tenho isso com você. Ou ainda não sei ao certo como ter isso com você na escola. Porque a verdade é que ninguém está muito preparado para situações que fujam do normal, então, a coisa não acontece de lá pra cá. Pra funcionar, ou para ter chance de acontecer, o movimento tem que ser daqui pra lá. Mas nem os culpo porque realmente é complexo.

Então, na minha humilde opinião, cabe a mim tentar achar os seus caminhos e depois tentar contar com a colaboração de quem tem menos responsabilidade e conhecimento para desvendá-los. Se eles se tornarem parceiros a partir daí, já está de bom tamanho!

Agora, a história fica diferente quando envolve as terapeutas, a nossa equipe que cuida junto comigo da sua habilitação. Delas eu posso pedir e esperar mais. Por isso que converso com elas sempre sobre todas as minhas dúvidas, pulgas e questões em geral. Escuto muito, sugo o que posso e agradeço sempre.

Nessa coisa do banheiro eu fui pedir um help a tia Miryam Pelosi, nossa T.O. turbinada, responsável pelo trabalho de comunicação alternativa. Fui falar com ela para tentar achar a melhor forma de fazer com que você nos indique no futuro quando quer fazer xixi ou cocô.

Mas ganhei muito mais que isso. Além das figuras indicativas de nº 1 e nº 2 que foram parar no fim da sua prancha de comunicação, como cartões presos com velcro para ser algo fácil de achar e pegar na hora do sufoco (rs), ela também conversou comigo sobre aqueles tais sinais de checar quando e por quanto tempo a fralda enche ou fica seca e, pra fechar com chave de ouro, nos emprestou uma adaptação para o vaso muito bacana.

Nem é algo específico para crianças especiais, mas é muito bem feito. É do mesmo fabricante daquela cadeirinha Bumbo, toda de borracha e anatômica. É isso, é um assento anatômico, muito confortável e que permite que, ao sentar, você afunde um pouquinho, o que quebra bastante o padrão de extensão e dá muito mais segurança.

Estreamos hoje! e você foi muito bem. Claramente gostou de ser levado ao banheiro e não reclamou nada de sentar no vaso com seu assento novo. Minha intenção era apenas te apresentar o assento e experimentá-lo em você. Mas não é que no tempo em que ficamos ali, rindo, brincando, falando a respeito, não saiu um xixizinho maroto?!

Fiquei muito feliz! Sei que ainda temos um caminho aí a trilhar e não faço ideia de quando conseguiremos atingir nossa meta 100%, mas está sendo um começo legal. Sem pressa, mas com bastante esperança. Avante!




Um comentário:

  1. Que bom Antonio!!! Vovó adorou ver vc td feliz com essa novidade em sua vida. Um bj bem grande querido.

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito importante para nós!