Estávamos nós felizes e contentes trocando sua fraldoca quando você começa com um chorinho manhoso. Pego você no colo e te sinto meio molenga. Sento na bola pra começar a te dar papá e... 'pum', sou tomada por uma onda de pavor e desespero ao te ver mais uma vez com os olhinhos fechando, a cabeça tombando e os braços e pernas totalmente inertes, como os de uma marionete. Eu te colocava empezinho em cima de mim e as suas perninhas pareciam gelatina...
Reconhecendo no ato o mesmo pirepaque da outra vez, não sei como, mas criei milhões de mãos e, quase ao mesmo tempo, usei os dois celulares e mais o telefone fixo para ligar para o pediatra, a sua neuro, seu papai, sua vovó e a central de táxis. A cada tentativa frustrada, mamãe ia trocando de aparelhos e números, num revezamento que poderia muito bem bater o récorde de ligações a jato.
A essa altura, você ia e vinha. Não foi como da outra vez que eu te coloquei no peito e você foi se recuperando. Você nem estava conseguindo pegar o peito direito de tão grogue. Pra mim, o desmaio aconteceria a qualquer momento e eu corria contra o tempo para achar alguém que pudesse me dar alguma instrução válida. O primeiro que eu consegui achar foi seu pai que me mandou correr para o Jofre, mas como eu não estava conseguindo falar com ele, disse que ia de táxi para o Copa Dor e que ele me encontrasse lá. Depois, consegui catar sua vovó para ir com a gente. Ainda bem, inclusive, porque mamãe não tinha um puto pra pagar o táxi... Nesse meio tempo, inacreditavelmente, o tio Jofre atendeu e falou para a gente ir pro consultório dele mesmo. E no caminho para lá, achei a tia Laís! Eu merecia um prêmio pela minha caça bem-sucedida. Liguei até para a terceira geração de secretárias e adjacências até conseguir achar todo mundo.
Resultado: quando o tio Jofre te examinou, você já estava bem e ao conversar com mais calma com a tia Laís, o veredicto foi de que o evento foi mesmo uma reação ao Depakote Sprinkle. Uma reação rara, do tipo que dá em um de um milhão... Onde já se viu, pacotinho, ter reação raríssima a um remédio?! Tu quer mesmo matar a mamãe do coração, filhote?
Continuando, essa tal reação rara é uma espécie de hipoatividade geral. Por isso, a moleza toda. Segundo a tia Laís, ela, com anos e anos de estrada, só teve um único paciente que apresentou o mesmo quadro e depois de pesquisar bastante e achar um artigo de epilepsia numa revista gringa, ficou provado que era mesmo uma reação adversa ao Depakote. Na verdade, ao divalproato de sódio, o princípio ativo. É mole ou quer mais, pequeno?
E agora? Agora, a gente vai trocar de remédio. Aos poucos, porque não se pode parar abruptamente com essas drogas mais pesadas. Vamos ter que ir 'desmamando' um e inserindo o outro. Primeiro só uma dose e depois duas, como foi quando começamos o Depakote. Nosso novo companheiro de caminhada é o Sabril que, puta que paril, custa R$ 200,00, enquanto o outro custava R$ 17,00... É bom tu se dar melhor mesmo com esse, hein, moleque!
Mamãe tá brincando, mas tô torcendo muito mesmo para que a gente se entenda com o novo remédio. Esse período todo de adaptação à medicação tem sido muito cansativo. Mamãe vive tensa, preocupada, cansada, sabe? Olho pra sua carinha e fico pensando em como eu queria poder transferir todos os seus problemas pra mim. Juro que se eu pudesse ficava mamulenga e trimilequenta no seu lugar. Nem pestanejaria se houvesse essa possibilidade. E, assim, vou entendendo cada vez mais o que me diziam sobre o que é ser mãe...
A quem interessar, segue o endereço do site oficial do Sabril. Lá tem esclarecimentos e depoimentos sobre quem fez, quem usa e quem pesquisa sobre o remédio. http://www.sabril.net
E você sossega, hein, seu sem vergonha.
Poxa,que droga outro susto! E que bom que vc é safa o bastante para contornar situações difíceis!Parabéns pela rapidez! Estamos, como sempre, na torcida para que o quanto antes o Cenoura se adapte ao remédio! beijo!
ResponderExcluirPS: Como ele tá enorme na foto!Muito lindão!
Minha filha
ResponderExcluirSe Deus quizer esse remédio vai dar certo. E, pacotinho, vê se dá uma folga e para de matar a mamãe e a vovó de susto!
Nana, adorei a foto, êle está cada vez mais lindo!!! Bj.
Aff Maria, essa foi demais hein! Toda vez que a Malu fica doente tb gostaria de transferir tudo pra mim, é péssimo!
ResponderExcluirNessa foto ele está giga! Beijos
Caramba! Mas que bom que o lance é efeito do remédio e não um piri-paque dele! Isso é ótimo! Pior se fosse de sua cabecinha!
ResponderExcluirEsse menino não dá mole não hein? Gosta de emoção! Quando o negócio fica meio monótono ele logo dá um jeito de animar!
Parabéns pelo coração forte Adriana!
Acho que é sinal de que o pacotinho tem sensibilidade especial às medicações, o que pede ainda mais empenho da intuição da mãezona, principalmente aguçada na leitura dos colaterais. Bs.
ResponderExcluirMeu pajem preferido!!
ResponderExcluirNão vejo a hora de ver você de terninho no meu casamento!! Tenho certeza de que você vai arrebentar no altar. Fique bonzinho com a sua mamãe.
Beijos da tia Deca