Pacotinho, hoje eu quero falar sobre a sua bisa. Aliás, você é uma criança muito sortuda que tem DUAS! bisas. Uma mora láááááá longe, em Portugal, e você ainda não conhece. Chama 'vó Cândida'. E a outra mora aqui mesmo, bem pertinho da gente. O nome dela é 'vovó' Ignez, mas mamãe a apalidou carinhosamente de Pacotão, em alusão a você, meu amado pacotinho.
É que, que nem você, a bisa está num intensivão de fisioterapia para, no caso dela, voltar a andar sozinha. Mais ou menos na mesma época em que você nasceu, ela começou a ter problemas para andar: fraqueza nas pernas, falta de equilíbrio, enfim, falta de controle dos membros inferiores. Como se o cérebro dela desse o comando e as pernas não obedecessem... Pra bisa, o maior problema são as pernas. Pra você, os braços e o tronco é que estão dando mais trabalho. Mas os dois precisam de muito exercício, muita força de vontade e muito carinho de todos em volta.
Graças a Deus, ainda em comum, pacotinho e pacotão têm uma alegria de viver que são essenciais nessa batalha. Enquanto você distribui sorrisos a torto e a direito, a bisa não economiza nas gargalhadas e é a primeira a fazer piada dela mesma. Incrível. Ontem mesmo, a gente foi visitá-la e ela nos contou passando mal de rir de quando ela foi tomar banho outro dia e acabou escorregando devargazinho, porque estava toda bisuntada de hidratante, até ficar sentada no box e ficar lá um tempão sambando pra lá e pra cá, até conseguir se apoiar nas barras e subir de volta. Segundo ela, parecia uma baleia ensaboada deslizando de um lado pro outro, rindo. Sim, durante o processo, diz ela que ficou se escangalhando de rir até parar e colocar a cabeça pra funcionar. Foi quando ela teve a ideia de ajoelhar e ir se apoiando nas barras.
Essa, pacotinho, é uma das maiores lições de vida que você pode e deve aprender: rir de si mesmo. Sua bisa sempre se comportou dessa forma e não é à toa que hoje está aí, com quase 82 anos e apenas uma falta de óleo nas engrenagens. Nem uma doencinha mais grave sequer... E olha que a vida dela não foi moleza, hein. Trabalhadora dura na queda até se aposentar da Companhia ferroviária, mãe de duas filhas, cozinheira de mão cheia desde sempre e avózona, daquelas que valem mais que mil babás. Ela ajudou a criar, um por um, todos os netos. Começando pela mamãe, a preferida e mais velha..., passando pela prima Teb e pela dinda Taty,
até o Delano, o mais novo e mais bonito. Isso até aparecer o meu pacotinho, para destronar o, até então, único homem do pedaço. O próprio Delano já se rendeu a você e também foi cativado por essa sua presença de espírito fenomenal. Tá louco para te pegar pelo braço e te mostrar as coisas boas e belas da vida.
A sua vovó, mãe da mamãe, já tinha observado bem aqui num comentário sobre quando mamãe falou que não sabia de quem você tinha puxado esse carisma todo, que a origem era justamente a sua bisa. Ela está coberta de razão.
Beijo no pacotinho e no pacotão.
No dia 09/11/ 2009, nasceu o Antonio Pedro, meu filhote. E, com ele, uma nova Adriana. Por causa de uma asfixia, ele ficou 24 dias na UTI. De lá pra cá, temos vivido um dia de cada vez, aprendendo e ensinando. Por causa da tal asfixia, meu pequenininho teve uma lesão no cérebro, na parte motora. E o tratamento é fisioterapia. Exercício, muito exercício. E amor, carinho, paciência... Já foram muitas batalhas vencidas. A continuação dessa história, pretendo ir deixando aqui. Torçam por nós.
Atenção!
"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".
Tantas forças amorosas em ação junto com a dele, em especial a do grande pacotão, pessoa maravilhosa que sempre foi, e não poderia dar em outra a recuperação que vai firme! Bs tio Dedé.
ResponderExcluirQue lindo encontro de gerações! Um tem muito que aprender com o outro!Também vivo esta felicidade com minha vó e meus filhos! Privilégio de poucos! Parabéns pela família!
ResponderExcluirAntonio Pedro,
ResponderExcluircheguei sem querer aqui no seu blog, mas me encantei com você e sua história! Sou mamãe de um menino de 1 ano e 2 meses, lindo como você. E hoje à noite rezamos juntos pra você, pela sua recuperação e pela sua família! Temos certeza de que vai dar tudo certo!
Beijos, tia Pat e Felipinho